Drones e inteligência de dados apoiam o combate à dengue em Minas Gerais

A guerra contra o Aedes aegypti entrou em uma nova fase e agora conta com drones e inteligência de dados. Unindo equipamentos de alta performance, algoritmos preditivos e uma plataforma completa de Business Intelligence, o Techdengue, programa desenvolvido pela Aero Engenharia, está revolucionando a vigilância epidemiológica, em Minas e no Brasil, e já entrega resultados expressivos. Em áreas tratadas, a redução dos focos do mosquito chega a 96%.

Mais do que uma ferramenta de combate, o Techdengue oferece aos municípios uma nova lógica de gestão da saúde pública, baseada em evidências técnicas geradas em campo. Para Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia, a maior força do programa está na capacidade de transformar dados em ação. “Estamos propondo uma virada de chave. Em vez de reagir aos surtos da doença, queremos antecipar os riscos. E isso só é possível com tecnologia, dados confiáveis e inteligência aplicada ao território”, explica.

Precisão aérea e inteligência em solo

Em operação, os drones mapeiam áreas críticas com precisão milimétrica e aplicam larvicida com eficácia superior a 95%. O diferencial está no dispenser inteligente da plataforma, capaz de identificar depósitos fora do campo de visão dos agentes de saúde, como lajes e caixas d’água elevadas, e realizar a aplicação diretamente nesses pontos, com base em rotas e alvos definidos por inteligência artificial.

Toda essa operação aérea gera um volume massivo de dados, que é processado por uma robusta plataforma de BI, oferecendo aos gestores municipais relatórios completos e mapas interativos. A partir dessas informações, é possível priorizar áreas, intensificar campanhas educativas e otimizar o uso de recursos públicos.

Segundo Cláudio Ribeiro, essa integração é o que garante escala e eficácia ao projeto. “Mapear é só o começo. A inteligência está em como interpretamos esses dados e entregamos soluções aplicáveis, respeitando a realidade de cada município. Nosso objetivo é democratizar o acesso à tecnologia de ponta”, afirma.

Resultados que voam alto

Ao todo, a iniciativa já alcançou mais de 150 mil hectares mapeados e mais de 600 municípios atendidos. Em Matozinhos, interior de Minas Gerais, por exemplo, após a implementação do Techdengue em 26% da área urbana, o número de focos caiu 99,29%. O impacto foi tão expressivo que, para cada real investido, estima-se um retorno de R$ 28,60 em economia para o SUS, evitando internações e tratamentos de casos graves da doença.

Além dos números, gestores municipais que vivenciaram a aplicação do Techdengue destacam a transformação prática gerada pela tecnologia. Em São José da Varginha, o técnico em endemias Ataíde Alves avaliou o trabalho como “extremamente satisfatório”, ressaltando a capacitação da equipe e o domínio do produto. Já em Rio Manso, Leandro Morais, coordenador do Departamento de Endemias, definiu a experiência como “muito produtiva” e afirmou que os dados fornecidos pelo monitoramento foram “fundamentais no controle das arboviroses”.

Em Laranjal, o supervisor epidemiológico Rogério de Siqueira destacou a agilidade no atendimento às demandas locais. Segundo ele, todas as dúvidas foram prontamente respondidas e o suporte via WhatsApp contribuiu para uma atuação rápida e eficaz, fortalecendo a credibilidade junto à população. O coordenador Fábio Rodrigues Coelho, de Santa Rita do Itueto, reforçou a percepção positiva. “Foi uma ótima experiência. Nos surpreendeu muito a agilidade e perfeição dos resultados, nos trouxe uma nova visão do nosso serviço”, afirmou.

Na cidade de Galiléia, o coordenador Anderson Soares de Barros relatou que houve queda nas notificações de arboviroses após o direcionamento das ações para áreas críticas. “O serviço do Techdengue deu resultado positivo. Direcionamos as ações para regiões com mais problemas, como lixo e caixas sem tampa”, contou. Já em Astolfo Dutra, Dayanne de Santana, coordenadora de vigilância em saúde, destacou a contribuição técnica da iniciativa. “Os relatórios foram muito completos e a equipe de pilotos extremamente atenciosa. Foi um trabalho novo, de grande valia para o município”, disse. Em Crucilândia, o coordenador Wanderson Sousa reforçou que o trabalho da Aero Engenharia ajudou muito no combate às arboviroses.

O CEO da Aero Engenharia avalia que a saúde pública vive um momento de transformação, no qual a tecnologia deixa de ser um fim em si mesma para se tornar uma aliada estratégica na forma de cuidar da população. Para ele, é essencial abandonar a lógica reativa e adotar uma gestão baseada em evidências, capaz de antecipar riscos e agir antes que os problemas ganhem escala.

Essa transição, de acordo com Cláudio Ribeiro, já começou. “Estamos ajudando a construir um modelo de gestão exponencial, que multiplica resultados ao invés de somar esforços isolados. É assim que imaginamos a saúde pública do futuro: inteligente e preventiva”, conclui.

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