A felicidade e a arquitetura no Brasil
Guilherme Takeda e Martin Haag *
As demandas contemporâneas de espaço vêm mudando rapidamente e de forma avassaladora nos últimos anos. Se para arquitetar espaços antes era preciso se ater apenas ao custo, prazo e à sustentabilidade da construção, agora, e cada vez mais, é preciso levar em consideração outros aspectos diretamente relacionados aos que vão habitá-los.
São aspectos que promovem o bem-estar, a satisfação emocional e a melhor experiência com aquele lugar e seu entorno. Aspectos que vão desde a funcionalidade e segurança do local, as cores utilizadas e o uso de iluminação natural, até o uso da biofilia (conexão com a natureza), a saudabilidade, a diversidade, entre outros. Esse movimento já acontece há algum tempo, em todo o mundo, ao qual damos o nome de Arquitetura da Felicidade.
Verdade é que a arquitetura afeta diretamente a vida das pessoas e a pandemia e as novas configurações de “normal” trazidas pelas recomendações de isolamento social acabaram por jogar luz a esse grande desafio posto aos profissionais de arquitetura: o de estarem preparados para tornar qualquer espaço um lugar não apenas bonito e funcional, mas também bom, saudável e, mais importante, feliz.
O conceito de felicidade é amplo. Há séculos, é considerada uma expressão relevante para a nossa vida, como indivíduos e como sociedade. A felicidade tem sido adotada como expressão de bem-estar, qualidade de vida, com efeitos notórios de justiça social e sustentabilidade ambiental.
E para levar adiante os benefícios da Arquitetura da Felicidade e multiplicar conhecimentos, trocar experiências e viabilizar a aplicabilidade desse grande movimento da arquitetura aqui no Brasil, nós criamos um movimento chamado Arquitetura da Felicidade.
Esse “hub” ou coletivo reúne especialistas de diversas áreas como arquitetura e urbanismo, design, sustentabilidade e saúde e bem-estar que dialogam de forma sistemática sobre soluções inovadoras e sustentáveis, tendências do urbanismo e das novas formas de habitar, além de desenvolverem projetos de interesse da sociedade.
Em menção ao Dia Internacional da Felicidade, comemorado em 20 de março, lançamos com muito orgulho a 3ª edição do Congresso Brasileiro da Arquitetura da Felicidade, que neste ano será realizado de 8 a 15 de novembro. Em 2020, o evento aconteceu de forma totalmente on-line, com a participação de mais de 50 palestrantes de 10 países, em oito dias de imersão no tema.
A edição de 2021 foi concebida como um processo de rede, um grande tema e de alta relevância para a sociedade atual para projetarmos novas soluções, provocar conexões imponderáveis, originais e contraintuitivas nos participantes. Acreditamos que se queremos fazer coisas diferentes, precisamos conectar de modos diferentes os conhecimentos, as tecnologias, os saberes, as demandas e as motivações. E já nessa linha, convocamos a participação de todos. Estamos abertos a contribuições, reflexões e também para fornecer mais informações a quem se interessar. Basta nos contatar pelo nosso site arquiteturadafelicidade.org.br ou em nosso perfil no Instagram, @congressoarquiteturafelicidade.
A humanidade é influenciada de forma significativa e decisiva pela arquitetura à sua volta. Por que não usá-la para influenciar o modo de ser de cada um de forma positiva para gerar felicidade?
* Guilherme Takeda é arquiteto e urbanista, idealizador do Congresso Brasileiro da Arquitetura da Felicidade
* Martin Haag é curador, especialista em estratégias de negócios, inovação tecnológica, percepção do consumidor e criatividade