Especialista em educação aponta a importância de manter na escola crianças a partir de 4 anos de idade

Pandemia de Covid-19 trouxe desafios para a Educação Infantil, que se adaptou para oferecer atividades no ambiente virtual

A Educação Infantil tem enfrentado grandes desafios durante a pandemia de Covid-19. Com a adoção da modalidade de ensino virtual, muitos pais ou responsáveis têm optado por não matricular os filhos com idade entre 4 e 6 anos em escolas, infringindo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (nº 12.796/2013), que diz ser dever efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 anos. Quem não matricula os filhos comete o crime de abandono intelectual e pode ser enquadrado pela Justiça ou cobrado pelos conselhos tutelares. Para além da obrigação legal, especialistas em educação destacam a importância da escola para o desenvolvimento das crianças.

A pedagoga Toshanska Semensato explica que a escola proporciona momentos de aprendizagens significativas para o processo de desenvolvimento infantil, muito necessárias para a formação pessoal das crianças. “Esse desenvolvimento se dá, sobretudo, por meio das atividades lúdicas, do brincar e da interação social com outras crianças, que, em tempos de pandemia, também se torna essencial, mesmo que de forma virtual”, pontua.

Além disso, ela ressalta que é nessa fase que ocorre a pré-alfabetização. “Na Educação Infantil, as crianças começam a ter um contato maior com o mundo letrado, ao escutar e recontar histórias, manusear livros, aprender a consciência fonológica por meio de rimas, número de sílabas etc.  Nesse período, elas também têm acesso ao alfabeto e contato com a tecnologia da escrita, entre elas as convenções da escrita. Essas atividades ocorrem de forma lúdica e prazerosa, tornando-se fundamentais para todo o processo de alfabetização, que se consolida no 2º ano”, revela Toshanska, que atua como coordenadora geral do Infantil e do Fundamental 1 do Coleguium Rede de Ensino.

Em relação aos desafios do ensino on-line para crianças entre 4 e 6 anos, a pedagoga esclarece que o tempo disponível pelos pais ou responsáveis para auxiliá-las é um dos principais entraves. “Muitos já retornaram ao trabalho ou estão em home office e têm pouco tempo livre para apoiar as crianças nas aulas ao vivo. No entanto, crianças dessa faixa etária possuem certo domínio da tecnologia e acredito que, se os familiares ensinarem como acessar as aulas por meio do Google Sala de Aula, com poucas explicações, elas farão isso posteriormente sozinhas, deixando as famílias mais confortáveis. Também montamos um guia de orientações com a finalidade de auxiliar a todos em relação ao ensino não presencial”, declara.

Para apoiar as crianças e responsáveis em tempos de aulas on-line, o Coleguium tem realizado uma série de adequações nas atividades propostas e nos materiais de aula, a fim de possibilitar que todo esse processo cognitivo na Educação Infantil seja mantido. “Adaptamos nossos roteiros com aulas gravadas pelas professoras da rede, com músicas e jogos, para auxiliar nossas crianças, que, porventura, não consigam participar de uma aula ao vivo e possam se inteirar das atividades propostas”, afirma. Ela complementa dizendo que as coordenadoras da escola auxiliam as famílias na proposta de uma organização de estudos, diante da realidade vivenciada pelos alunos, levando em consideração cada caso.

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