Volta às aulas aquece mercado imobiliário em Belo Horizonte
As férias de início de ano se consolidaram como um momento de mudanças e, antes do início das aulas, essa demanda é engrossada por estudantes em busca de apartamentos nas proximidades de instituições de ensino, seja nas universidades, cursos técnicos ou mesmo no Ensino Médio. Em Belo Horizonte, especialistas já percebem o aquecimento do mercado de locação e há imobiliárias com estoques quase zerados.
A movimentação de estudantes em busca de imóveis começa a ser percebida logo que as instituições começam a convocar os aprovados para matrícula. A demanda nos bairros Buritis, Savassi e Coração Eucarístico em janeiro foi cerca de 20% superior a meses de menor procura (em relação a outubro de 2023, o aumento foi de 26%). “Muitas pessoas já estão com dificuldades de encontrar um imóvel nas regiões próximas às universidades”, aponta o diretor da Netimóveis BH, Fernando Júnior.
Com a dificuldade para encontrar apartamentos nas regiões ideais, outros bairros acabam ganhando terreno. “A demanda é muito específica e não há muita oferta. Quando acaba, vai para o bairro mais próximo por um excesso de demanda, mas isso é visto como última opção”, aponta Flávia Vieira, diretora da Orcasa Netimóveis e vice-presidente das Administradoras de Imóveis da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais).
A procura estudantil faz com que haja uma rotatividade a cada semestre. Quem costuma arcar com as despesas e serve de fiador são os pais. “Existe um ciclo de desocupação. Embora haja aquecimento, existe um volume expressivo de estudantes encerrando seus cursos e, consequentemente, os contratos de aluguel, o que abre espaço no mercado”, aponta Flávia. O fluxo de aluguéis é tão intenso nesse período, que há fila de espera e algumas imobiliárias já quase zeraram a carteira de imóveis disponíveis para locação.
Entre as prioridades para esse público, a maioria vinda do interior de Minas, estão o valor do aluguel e a proximidade com a instituição de ensino. “Eventualmente, sem caracterizar uma república, eles optam por morar com amigos ou parentes em um imóvel de dois ou três quartos”, aponta Flávia. Quitinetes também são bastante populares, especialmente as mobiliadas.
Ela destaca, ainda, uma demanda crescente do público com maior poder aquisitivo por imóveis mais sofisticados e investimentos em segurança. “A busca é por um imóvel em que a pessoa pode ir e voltar a pé para a escola, equipados com área de lazer, academia e, principalmente, portaria física”, explica.