Setor de tecnologia se prepara para retomada de fusões e aquisições adiadas pela pandemia

Belo Horizonte, MG 26/11/2020 –

Depois da reviravolta ocorrida no mercado no fim do primeiro trimestre, com empresas e fundos de investimento adiando negócios devido ao pânico inicial provocado pela pandemia, diversos setores demonstram que estão mais seguros para planejar novas operações com foco em 2021

O setor de tecnologia da informação (TI), software e inovação foi um dos que ganhou dinamismo com a crise provocada pela pandemia e começa a se preparar para a retomada das operações de fusões e aquisições. De acordo com pesquisa da empresa de consultoria e auditoria PwC Brasil, o setor 172 transações neste ano, com crescimento de 26% em relação a 2019. Serviços auxiliares (40) e públicos (28) completam o pódio. O último recuou 36% em um ano.

“O mercado de tecnologia é um mercado em crescimento acelerado no Brasil e em todo o mundo. Foi fortemente beneficiado pela crise, já que as pessoas e as empresas passaram a utilizar mais a tecnologia nas suas atividades”, afirma Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. Segundo ele, o momento é favorável para o setor e outros, como farmacêutico, logística, varejo eletrônico, alimentação e agronegócio.

De acordo com o sócio da PwC Brasil, novos negócios e empresas startups são criados diariamente e tornam-se alvo de investidores que buscam possibilidades de ganhos em curto espaço de tempo. “A taxa de mortalidade das startups de tecnologia é alta, assim como o risco para o investidor, mas, se uma dessas empresas prospera, o potencial de crescimento e de retorno do investimento é bastante alto”, afirma.

Fábio Veras, presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), principal entidade representativa do setor no estado, afirma que os números superaram as expectativas. Segundo ele, mesmo com uma pequena queda no volume de negócios frente aos números do ano passado, determinadas empresas aumentaram seus negócios além do normal, o que alavancou o setor de modo geral. “Muitas negociações foram postergadas até que o cenário se mostrasse mais claro para os empreendedores, private equities e mercado”, destaca.

No entanto, os negócios referentes a healthtechs (soluções para saúde) e telecom durante o período, por terem sido serviços amplamente necessitados durante a pandemia, registraram aumento de 7%. Os dados são do boletim Transactional Track Record (TTR). “Em nosso entendimento, o momento é de preparação das empresas de tecnologia para uma retomada das transações de fusões e aquisições nos últimos meses de 2020, visto que os principais efeitos da Covid-19 já foram precificados e avaliados pelos compradores”, afirma o presidente do Sindinfor. “Também há uma grande liquidez nos mercados nacional e internacional, o que pressiona quanto à necessidade de fazer aportes no setor nos próximos meses e início de 2021.”

Website: https://sindinfor.org.br

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