Agência de desenvolvimento da indústria criativa e digital é inaugurada em BH

Espaço, que recebeu investimentos públicos de R$ 76 milhões, busca incentivar a inovação e promover um ecossistema de colaboração e empreendedorismo

Na semana passada, foi inaugurada, em Belo Horizonte, a sede do P7 Criativo e Tecnológico, primeira agência de desenvolvimento da indústria criativa de Minas Gerais. Gerido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), com apoio do Sindicato da Indústria de Softwares e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor), o espaço tem a missão de conectar empresas e talentos para gerar negócios inovadores, sustentáveis e transformar a economia de Minas Gerais.

Com investimento público estadual de R$ 76 milhões, a agência está localizada na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. O prédio, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1953, é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, possui 18 andares e já foi sede do antigo Bemge. Agora abriga o projeto que é um misto de coworking e agência de desenvolvimento da economia criativa do estado.

O projeto do P7 Criativo e Tecnológico tem como protagonista o ecossistema de empresas, empreendedores, startups, produtores audiovisuais e segmentos associados, como TI, moda e centros de pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas. O espaço dispõe de infraestrutura de ponta em um ambiente colaborativo e inspirador, preparado para promover negócios que têm a criatividade e a inovação como peças-chave.

De acordo com o presidente do Sindinfor, Fábio Veras, que atua em parceria no projeto desde a sua concepção original e na gestão, o local é inspirado em modelos de espaços de inovação de outros países como o Downtown Creative Business, o Cambridge Innovation Center, ambos localizados nos Estado Unidos e o Ruta N, Centro de Inovação de Medellín, na Colômbia. “Além de ser uma necessidade, a presença dessa estrutura representa um grande passo dado no sentido de tornar Belo Horizonte um lugar mais atrativo para a inovação, incentivando startups, gerando empregos e impactando positivamente em nossa economia. Como representantes do setor de tecnologia e inovação, é indispensável que trabalhemos e incentivemos o desenvolvimento de iniciativas em prol do segmento”, explica.

Segundo ele, trata-se de uma infraestrutura adequada para proporcionar essas interações por meio de espaços estratégicos. “É um projeto desenvolvido com um plano estratégico de ocupação, infraestrutura de qualidade e tecnologia de ponta para os profissionais se conectarem e realizarem seus serviços, além de ser, claro, um polo de atração para visitas internacionais e eventos, que são fundamentais para gerar debates, reflexões e, consequentemente, incentivos à inovação”, aponta.

Como surgiu o projeto

O projeto começou a ser desenvolvido, em 2014, por Fábio Veras e Marcos Mandacaru, à época, diretor de operações do Sebrae e executivo da agência de promoção de exportações, respectivamente. Os dois começaram a refletir a respeito da falta de um espaço em Belo Horizonte que concentrasse negócios inovadores digitais e criativos e que unisse o ecossistema na época.

Em 2016, quando Fábio Veras criou o Fiemg Lab, o maior projeto de open inovation do Brasil naquele tempo, para transformar a competitividade de Minas Gerais por meio da interação da indústria com startups, já tinha como objetivo referenciar Minas como o grande estado inovador do Brasil.

Fábio Veras teve a oportunidade de realizar algumas missões fora do Brasil como na cidade de Kansas (EUA), na qual conheceu o projeto Creative Downtown Businesses, da Fundação Kauffman, maior referência de empreendedorismo no mundo. No Vale do Silício visitou aceleradoras de startups como a Y Combinator e a Hundred Startups e em Medellín (Colômbia) participou do Fórum Urbano Mundial da ONU.

A partir daí, surgiu a vontade de fazer em Minas Gerais um espaço que pudesse congregar empreendedores de tecnologia e de negócios criativos. Com isso, se uniu a algumas outras pessoas e entidades que tinham o mesmo objetivo como a Apex Brasil, a Fiemg, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e o Governo do Estado e começaram a viabilizar recursos para a concretização do projeto.

O projeto ganhou vida com o recurso de R$ 76 milhões concedido pelo BNDES, por meio do qual foi possível realizar a reforma do prédio que foi concluída em 2020. “O apoio e impulso decisivo do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, foi fundamental para a sobrevivência do projeto. A associação entre grandes empresas, indústrias e a economia criativa farão acelerar uma simbiose que é o grande fator de diversificação da economia em países avançados”, completa Veras.

Mercado

Segundo o levantamento Inside Venture Capital, produzido pela Plataforma Distrito, as startups brasileiras receberam, em 2021, investimentos da ordem de US$ 9,4 bilhões, número 2,5 vezes maior que em 2020.

Ao todo, foram 779 transações envolvendo aportes em startups, com a criação de 10 novos unicórnios, startups que superam o valor de mercado de US$ 1 bilhão.

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