Região central de BH vai receber investimentos em requalificação
Senac em Minas vai investir em obras no primeiro grande projeto depois da aprovação do novo Plano Diretor da capital
O Hipercentro de Belo Horizonte vai ganhar uma nova paisagem urbana na rua dos Tupinambás, onde está o complexo de edifícios da unidade central de Belo Horizonte (blocos 1 e 2) do Senac em Minas. A entidade vai investir na requalificação de sua maior unidade em Minas Gerais e o projeto arquitetônico e urbanístico é o primeiro de grande porte dentro do novo Plano Diretor de Belo Horizonte, que foi aprovado pela Lei nº 11.181, de 2019. As obras têm início estimado para 2022 e a previsão de entrega é em 2023.
A população já pode ver como vão ficar os novos espaços. Uma exposição foi inaugurada no dia 25 de maio e segue até 14 de junho no Bloco 1 da unidade do Senac do Centro de Belo Horizonte e também pela internet: http://www.concursoarquiteturasenacbh.com.br/site/concurso-sbh/pages/20.
O espaço atual foi edificado na década de 1970 no Hipercentro e totaliza cerca de 10.125,75 m² de área construída. Atualmente, a unidade comporta quase 1,5 mil alunos por turno. Além da atualização geral das instalações, o retrofit também visa propiciar, por meio da arquitetura, dos mobiliários e dos espaços, o conceito de anytime, anywhere learning (“a qualquer hora, em qualquer lugar, aprendendo”, em livre tradução). A biblioteca, o restaurante e o bar; previstos para o complexo, sendo espaços de acesso livre ao público, serão o elo do cidadão do entorno ao espaço interior do Senac, de forma natural.
Licitação na modalidade de concurso
Para a contratação do escritório de arquitetura e urbanismo, o Senac em Minas, juntamente com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), lançou um edital nacional focado na requalificação arquitetônica na área central. Dividido em duas etapas, o concurso durou cerca de seis meses e contou com 76 inscritos de todo o país. Os vencedores foram anunciados no dia 25 de maio, em solenidade de premiação. O primeiro colocado – o escritório paulistano Hiperstúdio, dirigido pelo arquiteto Ricardo Felipe Gonçalves – vai assinar o contrato com o direito de desenvolver com sua equipe os projetos executivos de arquitetura e complementares, além da aprovação do projeto legal.
“O concurso movimentou o mercado, com propostas inovadoras e arrojadas. Como instituição de ensino, ficamos felizes por proporcionar essa possibilidade a profissionais de todo o país”, explica Ivanil Costa, arquiteto do Senac.
A proposta escolhida possibilitará aos alunos ambientes dinâmicos e dotados de praticidade e funcionalidade para a aplicação do Modelo Pedagógico Senac (MPS), que os tornam referência no mercado. “Além disso, entregaremos um presente à população da cidade, que terá fácil acesso às dependências comuns, como o restaurante-escola”, ressalta Maurici Pizzi Máximo, também arquiteto da instituição.
Para a presidente da Direção Nacional do IAB, Maria Elisa Baptista, um concurso que reúne Senac e IAB é uma oportunidade poderosa para Belo Horizonte. “São duas instituições que têm em comum o apreço pela educação e pela cultura, que valorizam o conhecimento e a inovação, que trabalham por uma vida melhor para todos”, afirma a arquiteta e urbanista.
“Os concursos públicos têm sido ao longo de toda a história do IAB, o que sempre nos parece ser a melhor alternativa, pois trazem à luz ideias e possibilidades, trazem ao debate o que será melhor para todas as pessoas, não só as que usarão o edifício, mas todas que por ali circulam”, avalia Baptista.
A arquiteta e coordenadora do concurso pelo IAB, Claudia Pires, explica como a população da capital ganha com esse tipo de iniciativa. “Ao visitar o resultado do concurso, que comporá uma publicação especial a ser lançada no Congresso Mundial de Arquitetos em julho de 2021, o público vai descobrir a excelência da arquitetura produzida no Brasil e refletir sobre as propostas de requalificação de edifícios em áreas centrais, tanto para a edifícios institucionais e serviço quanto para moradia – como faz o escritório vencedor do Prêmio Pritzer deste ano, o escritório francês Lacaton e Varsall.”
Ao comentar sobre o grau de qualidade dos projetos apresentados durante o concurso, Cláudia Pires destaca que “escritórios de todo o Brasil participaram da seleção na modalidade de Concurso Público em duas etapas, fato que trouxe para Belo Horizonte, uma oportunidade de debate sobre o papel simbólico da arquitetura na construção das relações humanas refletidas no espaço urbano do Hipercentro de Belo Horizonte”. “É importante destacar o alto nível das propostas e o fato de que o concurso cumpriu seus objetivos.”