Especialistas fazem alerta sobre a doença de Parkinson

Tremores, rigidez muscular, lentidão nos movimentos e até pequenas mudanças na fala ou na escrita. São alguns sinais de alerta de que algo no organismo não está bem. E, por desconhecimento, eles são ignorados ou associados, em alguns casos, ao envelhecimento natural. Mas, na realidade, esses sintomas podem estar relacionados à Doença de Parkinson, transtorno neurodegenerativo. Por isso, a detecção precoce das causas dessa patologia é importante e pode fazer toda a diferença, proporcionando mais qualidade de vida e retardando a progressão dos sintomas, segundo especialistas.

Com a proximidade do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Parkinson, 11 de abril, a médica geriatra da Versania Brasil, Natália Barros, ressalta que quanto mais cedo a condição é identificada, melhores são as possibilidades de intervenção para proporcionar qualidade de vida ao paciente. “O que a gente tem de tratamento hoje é focado nos sintomas, não existe um medicamento que impede a progressão da doença, mas se a gente fizer esse diagnóstico antes, é possível garantir um conforto melhor para o paciente”, afirma.

Publicação na página do Ministério da Saúde, em 2023, informa que cerca de 200 mil pessoas no Brasil seriam acometidas pela doença de Parkinson, conforme os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em termos do cenário mundial, pesquisa realizada recentemente pela revista científica britânica, The BMJ, prevê um aumento de até 112% nos casos de Parkinson até 2050 em relação a 2021.

Em relação aos sintomas da doença, a geriatra explica que os não motores podem aparecer precocemente, antes mesmo das dificuldades de movimento. São casos como insônia, movimentos involuntários, alterações cognitivas, entre outros. 

Já no aspecto fisiológico, a doença pode causar distúrbios gastrointestinais, como constipação intestinal persistente, e alterações no olfato, resultando na perda parcial ou total da capacidade de sentir cheiros. Além disso, fadiga intensa e dor crônica são queixas recorrentes, comprometendo ainda mais o dia a dia dos indivíduos. Há sintomas também como depressão e ansiedade.

Reabilitação

Em meio a esse contexto, a fisioterapia é uma das áreas da reabilitação, que ajuda a preservar a mobilidade, reduzir a rigidez dos movimentos, diminuir o “freezing”, que é aquela sensação de estar “travado, congelado” e prevenir quedas. Com exercícios específicos, o tratamento fisioterapêutico contribui para a melhora da postura, do equilíbrio, da coordenação e da força muscular, oferecendo aos pacientes mais autonomia e independência no dia a dia, de acordo com o fisiatra, Ricardo Diaz Savoldelli, que é coordenador nacional de reabilitação e transição de cuidados da Versania Brasil.

Segundo o médico, as dificuldades enfrentadas pelos pacientes com Doença de Parkinson vão além das limitações motoras, impactando diretamente a qualidade de vida e exigindo uma abordagem multidisciplinar por parte da equipe de saúde.

A adaptação do ambiente doméstico é um fator determinante, já que muitas vezes são necessárias modificações para melhorar a acessibilidade e reduzir riscos. “Além dos sintomas físicos, o impacto emocional da doença exige suporte psicológico contínuo, tornando essencial um tratamento que também contemple aspectos emocionais, cognitivos e estruturais.

O suporte familiar é essencial para o bem-estar emocional e físico dos pacientes, além de uma rede de apoio, orienta o especialista. “Nossa filosofia na Versania é que o paciente e a família façam parte da equipe de reabilitação. Fica claro que, nos casos que a família não é presente ou que não oferece o suporte necessário, a evolução e os desfechos são bem aquém do que poderiam ser esperados”.

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