Usar protetor solar nas mãos ao dirigir é importante na prevenção ao câncer de pele

Frequentemente expostas ao sol durante a condução de carros, motos e bicicletas, as mãos estão mais vulneráveis ao câncer de pele do que se imagina. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o tipo mais comum da doença no Brasil e no mundo, com mais de 175 mil novos casos por ano. No país, o câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos. As estimativas mostram que os casos em Minas Gerais podem aumentar em quase 40% até 2025. 

Apesar de parte das pessoas aplicar protetor no rosto, muitas vezes o dorso das mãos é esquecido. Isso é um erro grave, já que a exposição cumulativa pode causar melanoses solares, envelhecimento precoce e até lesões precursoras de carcinoma espinocelular, um tipo de câncer de pele, alerta a dermatologista Marcelle de Oliveira Salvadio, da Hapvida NotreDame Intermédica.

Pessoas com antecedentes familiares, além daquelas com fototipo predisposto, têm mais risco de desenvolver câncer de pele. “Isso ocorre devido à radiação ultravioleta, a RUV, ou a uma desordem genética. Por isso, reforço a necessidade de consultar sempre um médico e usar o filtro solar de maneira adequada”, afirma.

A radiação ultravioleta passa pelo vidro do carro, exceto se houver uma proteção específica para bloqueá-la, e pode provocar danos celulares graves, ressalta a dermatologista da Hapvida. Motoristas que passam longas horas ao volante, entregadores que usam motos e bicicletas e outros profissionais que trabalham sob o sol acumulam essa exposição constante. “Nosso conselho é usar filtro solar com fator proteção acima de 30 em todas as áreas do corpo expostas ao sol a cada duas horas”, orienta.

Outra medida importante é investir em acessórios de proteção, como luvas específicas, manguitos e películas nos vidros dos carros com bloqueio da radiação ultravioleta. “É uma camada extra de segurança”, frisa.

Além disso, é fundamental desmistificar a ideia de que manchas no dorso das mãos são apenas “sinais da idade”. Essas marcas podem ser um alerta de danos causados pelo sol. A campanha Dezembro Laranja reforça que a consulta regular ao dermatologista é indispensável para avaliar a saúde da pele e receber orientações adequadas. Adotar essas práticas reduz os riscos do câncer de pele e também protege a pele das mãos, uma área tão funcional quanto negligenciada.

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