Queimadas em Minas Gerais acendem alerta para a saúde
Em Minas Gerais, os primeiros meses de 2024 já superaram a média de incêndios florestais do mesmo período nos últimos dois anos. Com isso, além do meio ambiente, a saúde das pessoas fica prejudicada.
A pneumologista e broncoscopista Bianca Fidelix Espindula faz um alerta para o risco de inalar a fumaça de incêndios, algo comum para comunidades que vivem próximas a áreas vulneráveis às queimadas. “A fumaça é uma mistura de gases com partículas finas que podem causar sintomas desde irritação nos olhos, nariz e garganta, até tosse seca. Ela também pode causar dor de cabeça, tontura e náusea devido à inalação de substâncias tóxicas como monóxido de carbono, entre outras”, explica a médica.
Os perigos da exposição à fumaça são ainda mais prejudiciais para pessoas com doenças respiratórias pré-existentes. “Em casos de asma ou bronquite, a inalação de partículas finas pode desencadear crises de asma e dificuldades respiratórias. Já em ocasiões mais severas, a exposição prolongada à fumaça pode propiciar infecções pulmonares e aumentar, significativamente, o risco de doenças respiratórias crônicas”, enfatiza.
A pneumologista e broncoscopista, que atua na Hapvida NotreDame Intermédica, pontua que pacientes com problemas respiratórios como pneumonia, rinite alérgica ou tuberculose têm um risco consideravelmente maior. “Para alguém com pneumonia, por exemplo, inalar fumaça pode agravar a inflamação dos pulmões, piorar a dificuldade respiratória e até levar à necessidade de hospitalização. Em todos esses casos, a recomendação é evitar completamente a exposição à fumaça. É essencial que essas pessoas tomem todas as medidas preventivas possíveis para proteger sua saúde durante os períodos de queimadas”, ressalta Bianca.
Como a exposição à fumaça pode ser evitada?
De acordo com a médica, a primeira recomendação é procurar permanecer em ambientes fechados, mas que possuam boa ventilação. “Isto é, para aqueles que habitam próximo a pontos críticos de queimadas, o ideal é fechar todas as janelas e portas para impedir a entrada de fumaça e utilizar purificadores de ar. Aparelhos de ar condicionado com filtros de ar também podem ajudar a manter o ambiente interno mais seguro”, explica.
Na hora de sair de casa, vale lembrar daquela aliada que tanto nos protegeu durante o período pandêmico: as máscaras de proteção respiratória, como as do tipo N95, que filtram as partículas finas presentes na fumaça. Bianca ressalta, ainda, mais uma recomendação indispensável: se hidratar. “A água ajuda a manter as vias aéreas úmidas e facilita a eliminação de toxinas”, afirma.
É importante a população se atentar às orientações das autoridades locais, especialmente em relação a recomendações sobre segurança e possíveis evacuações. E, para aqueles que apresentarem sintomas respiratórios, é essencial procurar assistência médica com rapidez.