Dia Internacional da Matemática reforça importância da matéria para o desenvolvimento dos estudantes
Hoje é o Dia Internacional da Matemática (em inglês, a data é 3/14, em homenagem ao número pi: 3,1415…) Neste mês, várias ações são realizadas ao redor do mundo para demonstrar a importância da matéria para os estudantes e a sociedade. Neste ano, o tema do evento, liderado pela União Matemática Internacional, é “Brincando com a matemática” e o objetivo é celebrar jogos matemáticos, quebra-cabeças e outras atividades de entretenimento.
A professora de matemática do Coleguium Rede de Ensino, Jéssica Resende, avalia que a iniciativa é importante principalmente para ajudar a desmistificar aspectos do aprendizado da matéria e superar desafios enfrentados pelos educadores. Segundo ela, muitos alunos chegam à sala de aula dizendo que “não sabem nada de matemática”, “que acham matemática muito difícil”, “que não têm o dom para matemática” ou “que não veem nenhum sentido em estudar matemática”. “Geralmente, esses comentários são de alunos que ouviram isso de adultos e assumiram como verdade; pronto, aí está criada a barreira”, afirma.
Jéssica explica que o papel do professor, nesses momentos, é convencer os alunos de que a matemática não é apenas um acúmulo de conteúdos e que não existe “dom” para aprendê-la. “Precisamos mostrar que ela está no nosso dia a dia e, para isso, é necessário que façamos nossos alunos enxergarem a matemática como algo maior, que pode, sim, ser desenvolvido, mesmo tendo dificuldades com operações numéricas ou visualização geométrica, por exemplo.”
Em relação à participação de mães, pais e responsáveis nesse processo, a professora ressalta que é importante os adultos incentivarem as crianças e adolescentes a estarem abertos para o conhecimento. “Muitas famílias colocam uma pressão excessiva nas crianças em relação à matemática, como se fosse a disciplina mais importante do mundo, mas isso apenas gera mais barreiras”, comenta. O ideal, segundo ela, é mostrar que a matemática não é um “bicho de sete cabeças” e não repetir falas negativas sobre a disciplin”. “Esses já são passos enormes para a contribuição dos adultos nesse desenvolvimento.”
Outras habilidades
A professora argumenta que a matemática é a disciplina que vai ajudar o estudante a desenvolver diversas habilidades, como raciocínio lógico, criatividade, capacidade de investigação e de resolução de problemas, interpretação de texto e de situações do cotidiano. Além disso, é possível exercitar o raciocínio crítico, foco, concentração e abstração. “Costumo dizer que resolver uma questão matemática é também utilizar de argumentação; é como se o aluno precisasse convencer aquele que o ouve ou lê seu desenvolvimento de que sua linha de raciocínio faz sentido e de que ele seguiu um caminho correto para sua conclusão (claro que dentro da lógica). Gosto de brincar que, na matemática, os meios mais do que justificam o fim.”
Nesse sentido, Jéssica considera eficiente a estratégica do ensino em espiral, desde os anos iniciais de estudo da criança. “Acreditamos que o caminho ideal para o aprendizado da matemática é trabalhar os conteúdos durante vários anos da vida escolar, de forma a revisá-los e acrescentar diferentes níveis de complexidade, estimulando a aprofundar cada vez mais no conhecimento”, explica.
Nota máxima no Enem
A trajetória do estudante Guilherme Araújo, que tirou nota máxima em matemática no Enem 2023, é um exemplo da importância da matéria no desenvolvimento de habilidades e superação de desafios. Calouro do curso de engenharia aeroespacial na UFMG, ele conta que a relação com a matemática “sempre foi a melhor possível, praticamente um amor de infância”.
“Desde que me entendo por gente, ela é a minha matéria favorita e a primeira lembrança que tenho, quando o assunto é a matemática, é de quando, com uns 4 ou 5 anos de idade, ainda na creche, minhas professoras me desafiavam a resolver, de cabeça, algumas contas de adição e subtração e eu era parabenizado por acertar os resultados”, conta Guilherme. Ele tem a matemática como uma das matérias mais importantes aprendidas na escola e que ajuda no desenvolvimento escolar como um todo. “Aprender e treinar matemática foi o principal fator para a melhoria do meu raciocínio lógico; dessa forma, fiquei mais rápido e mais eficiente em entender assuntos de diversas outras áreas e em resolver questões de várias outras matérias.”
Quanto à preparação para o Enem, Guilherme, que estudou no Coleguium dos 8 aos 18 anos de idade, explica que começou focar no exame ainda no 1° ano do Ensino Médio, quando passou a dar uma atenção especial aos conteúdos que os professores apresentavam como os mais recorrentes na prova. “Fiz todas as questões do livro didático que haviam caído nos anos anteriores e participei, como treineiro, dos exames de 2021 e de 2022, para me acostumar com o ambiente e principalmente com o tempo de prova.”
Já no 3° ano do Ensino Médio, ele passou a fazer uma quantidade maior de questões, focando nas de múltipla escolha e nas de vestibulares anteriores. “Por fim, usei os muitos simulados que fizemos ao longo do ano para testar diferentes métodos de resolução da prova e treinar intensamente aqueles que eu julgava serem os melhores. Tudo isso fez com que eu chegasse bem preparado nos dias das provas e conseguisse passar em engenharia aeroespacial na UFMG.”
Dicas do estudante para quem está se preparando para o Enem 2024
“Sou da ideia de que fazer o simples bem feito é o melhor caminho para ter um bom resultado no Enem: prestar muita atenção nas aulas, principalmente naquelas sobre conteúdos mais recorrentes, estudar bastante a teoria e praticar com questões feito um louco. Mas aqui vão outras dicas que acho que podem ajudar:
• Tenha um caderno de repertórios para a redação e anote nele tudo que achar interessante e que possa ser utilizado durante a escrita: filmes, séries, documentários, notícias, dados, citações, músicas, entre outros. Depois, tente utilizá-los nas muitas redações que fizer ao longo do ano;
• Use os simulados do primeiro semestre para testar várias formas de resolver o primeiro e o segundo dia de prova (começar pela redação ou deixá-la para o meio da prova, alternar entre questões de áreas diferentes ou fazê-las em sequência etc.) e tente achar a melhor para você. Já no segundo semestre, treine exaustivamente a forma à qual você melhor se adaptou, seja fazendo simulados seja resolvendo os exames anteriores;
• Faça atividade física, pode parecer clichê, mas, além de ser bom para a saúde e diminuir a ansiedade, chegar em casa à noite cansado fisicamente vai fazer você dormir muito bem e te ajudar a recuperar as energias para estudar no dia seguinte;
• Aproveite ao máximo seus professores, pergunte sobre suas dúvidas, peça para resolverem questões, peça outras dicas e qualquer outra coisa que eles possam ajudar; ter apoio durante o ano é fundamental para chegar ao Enem preparado.”