OCDE mostra como a desigualdade de gênero afeta brasileiras
São José dos Campos, SP 11/1/2022 – Embora seja maior a probabilidade de uma mulher concluir o ensino superior do que um homem, as chances de ela não estar empregada são maiores.
O levantamento ‘Education at Glance’, elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e publicado no final de 2021, aponta que a desigualdade de gênero persiste no Brasil.
O levantamento ‘Education at Glance‘, elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e publicado no fim de 2021, aponta que a desigualdade de gênero persiste no Brasil.
De acordo com os dados do estudo, embora seja maior a probabilidade de uma mulher concluir o ensino superior do que um homem, as chances de ela não estar empregada são maiores.
Relatório da OCDE: escolaridade, emprego e desigualdade de gênero
O relatório divulgado pela OCDE aponta que, entre os países membros da Organização, 80% das mulheres com cursos de graduação (idade entre 25 e 34 anos) estavam empregadas em 2021, enquanto o porcentual é de 87% entre os homens. No Brasil, a diferença foi ainda maior: 77% das mulheres estavam empregadas contra 85% dos homens.
Outro dado destacado sobre o Brasil foi o fato de as mulheres serem a maioria entre os concluintes do Ensino Médio profissionalizante. No país, elas representam 56% dos formados nessa modalidade de ensino, enquanto a média dos países membros da OCDE é praticamente inversa: 55% dos concluintes são homens.
No entanto, apenas 9% dos estudantes brasileiros cursam o Ensino Médio profissionalizante. A média dos países da OCDE é de 38%.
Investimento em Educação: OCDE e Brasil
Em relação ao investimento na área de Educação, no Ensino Superior, o Brasil gasta mais do que a média dos países membros da OCDE. Na Educação Básica, porém, a situação se inverte. Os números da pesquisa mostram os valores anuais investidos por aluno, em dólar:
Ensino Básico
- Brasil: US$ 3.748
- OCDE: US$ 10.101
Ensino Superior
- OCDE: US$ 13.855
- Brasil: US$ 14.427
Como é possível verificar, o Brasil gasta uma média de 500 dólares a mais ao ano por aluno do ensino superior do que os demais países da OCDE. Na Educação Básica o cenário se altera: o país investe seis mil dólares a menos por aluno do que a média dos membros da Organização. Muitos desses gastos estão relacionados a investimentos do governo como bolsas de estudo e programas como: Enem, FIES, Prouni, Sisu, Pronatec, Sisutec, Encceja etc.
Perfil dos professores
O levantamento da OCDE traçou também o perfil dos professores. Segundo os resultados obtidos, as mulheres são maioria na docência, embora a participação delas diminua conforme aumenta o grau de ensino.
Porcentagem de professores do sexo feminino por etapa de ensino:
Nível de ensino | OCDE | Brasil |
Anos Iniciais | 82% | 88% |
Anos Finais | 68% | 66% |
Ensino Médio | 60% | 57% |
Ensino Superior | 44% | 46% |
Outro dado sobre a situação dos professores brasileiros que chama atenção é a idade: a porcentagem de profissionais com menos de 50 anos por etapa de ensino é consideravelmente menor do que a média dos países membros da OCDE:
Nível de ensino | OCDE | Brasil |
Anos Iniciais | 33% | 22% |
Anos Finais | 36% | 23% |
Ensino Médio | 40% | 24% |
Países membros da OCDE
A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é composta por 38 países membros e por 8 países parceiros, grupo do qual o Brasil faz parte. Fizeram parte da pesquisa ‘Education at Glance’ os seguintes países:
África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Costa Rica, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Eslovaca, República Tcheca, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia.
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