Leite de aveia é a nova aposta como alternativa ao leite de origem animal
Rio de Janeiro, RJ 24/2/2021 – Quando começamos a estudar a indústria de laticínios no Brasil, descobrimos que nosso país tem o maior rebanho bovino do planeta.
O flexitarianismo vem se popularizando como forte tendência de consumo nos últimos anos. A dieta flexitariana busca o equilíbrio recorrendo a uma alimentação nem totalmente vegana ou vegetariana, e nem baseada em produtos de origem animal. O leite de aveia surge como uma alternativa mais sustentável comparado aos outros leites vegetais, como arroz e castanha, mas principalmente comparado ao leite de origem animal.
A dieta flexitariana, como o próprio nome entrega, prioriza uma alimentação flexível em busca de equilíbrio entre saúde e preservação ambiental. Privilegia os produtos de origem vegetal, porém, sem excluir totalmente os de origem animal do cardápio. Nem mesmo o sabor, que já foi um obstáculo, pode ser usado como desculpa para não se adaptar à dieta. Atualmente, os produtos vegetais não devem em nada em textura, cremosidade e sabor aos de origem animal.
Pensando assim, Felipe (UFO) Melo se viu por volta dos 20 anos de idade preso ao mercado financeiro. Resolveu deixar o banco e investir em algo que o permitisse explorar o mundo. Sua primeira investida foi no mercado da moda – foi sócio da marca Langak por 10 anos. Em seguida, ajudou a criar e foi produtor e apresentador dos programas “Não Conta Lá em Casa”, exibido por oito anos no Multishow, e “Que Mundo É Esse?” na GloboNews. O contato com a realidade de países em conflito e diferentes culturas nos bastidores do programa só fez aumentar os questionamentos que se fazia quando deixou o banco em busca de novos caminhos.
Começou a entender que a relação do ser humano com o mundo precisava mudar, que tudo o que é feito gera uma consequência, e é preciso escolher o impacto a ser causado. Também percebeu que se o ser humano é o que come, o consumo consciente é uma ferramenta de transformação poderosa.
Vegetariano há 23 anos e vegano há oito, Felipe precisava encontrar algo que pudesse causar o máximo de impacto positivo no planeta. Decidiu passar um ano sabático em Berlim, na Alemanha, onde conheceu sua namorada, Alex Soderberg, uma sueca com um forte laço com o Brasil – por conta do trabalho do pai, ela já havia vivido por dois anos no país. “Eu saí do Brasil, mas o Brasil nunca saiu de mim. Sempre tive o sonho de voltar a morar aqui”, conta ela.
Berlim é considerada a capital mundial do veganismo e epicentro do movimento de sustentabilidade. Alex estudou e trabalhou com agricultura sustentável e na indústria de alimentos. Em uma plataforma de startups, buscava soluções inovadoras para os desafios de uma cadeia alimentar mais sustentável, como serviços logísticos com baixo impacto, embalagens biodegradáveis, produtos com propósito e um senso forte de responsabilidade ambiental e social.
“Os nossos assuntos preferidos sempre foram sobre as infinitas possibilidades de fortalecer esse mesmo movimento no Brasil. Quando começamos a estudar a indústria de laticínios no Brasil – país com o maior rebanho de gado do mundo e 80% das pastagens em estado de degradação – fomos atrás da melhor maneira para mudar essa realidade. Enxergamos que uma verdadeira mudança só seria possível se tivéssemos uma bebida mais gostosa do que o leite de vaca e que, com o tempo, também poderia concorrer com o preço dos leites de origem animal. Uma missão difícil, porém mais necessária do que nunca”, conta Alex.
Em 2017, numa vinda ao Brasil, o casal apresentou para três amigos o projeto de uma empresa de laticínios vegetais. Daquele encontro se formou a sociedade que deu vida à Evolat, marca que tem como objetivo criar os laticínios vegetais mais gostosos e acessíveis possíveis.
O primeiro produto da Evolat, lançado em dezembro de 2020, é o Naveia, um leite feito de aveia. Um produto mais sustentável comparado aos outros leites vegetais, como arroz e castanha, mas principalmente comparado ao leite de origem animal. O objetivo da marca não é conquistar só o mercado vegano, mas também o não vegano, oferecendo uma opção que convence pelo sabor, e pelo preço, além de ser a escolha de consumo mais consciente. A princípio são três sabores: o original, já à venda, o barista, que fica perfeito no café, com lançamento na segunda quinzena de fevereiro e o achocolatado. Sem lactose, naturalmente doce e vegano/plant-based. A aveia é produzida no Rio Grande do Sul fazendo o produto ser 100% nacional.
Website: https://naveia.com.br/