O que é melhor: empreender sozinho ou abrir uma franquia?
Goiânia, GO. 18/12/2020 – Posso afirmar que 75% dos empreendimentos criados a partir do modelo de negócios de franquias têm melhores resultados e sobrevivem neste momento instável.
Começar um negócio do zero é um desafio e tanto para quem quer empreender. Muitos profissionais sentem-se paralisados e sozinhos com um projeto no papel e muitas dúvidas sobre qual caminho seguir.
Desde a insegurança do início da carreira, passando pela constante necessidade de engajar pessoas na construção do sonho empresarial, pelo planejamento da estratégia comercial e inovação de produtos, até se deparar com diversas crises sem saber o que fazer para enfrentá-las.
Em tempos de Pandemia, por oportunidade ou necessidade, milhares de brasileiros optaram por empreender. De acordo com o Portal do Empreendedor, do Governo Federal, até setembro de 2020, o número de Microempreendedores Individuais (MEI) aumentou em 14,8% se comparado ao mesmo período de 2019. Em nove meses, foram mais de 1 milhão de novas formalizações.
Uma estimativa do Sebrae, com base em pesquisas da Entrepreneurship Monitor (GEM), aponta que até o final deste ano, cerca de 25% da população adulta brasileira, a maior taxa até hoje, estará envolvida na abertura de um novo negócio ou em negócios com até três anos e meio de funcionamento.
Oportunidades do mercado de franquias
Evandro Tokarski é empreendedor e empresário no ramo farmacêutico há cerca de 40 anos. Natural do Paraná, se mudou com a família para Goiânia (GO) em busca de melhores condições de vida e estudos na década de 1970.
Devido à paralisia infantil, tornou-se cadeirante na vida adulta. Por conviver desde a infância em ambientes hospitalares, e estar sempre envolvido com questões da própria saúde, entre médicos, farmacêuticos e enfermeiros, descobriu na Farmácia sua vocação.
Depois de formado, e por influência de um irmão farmacêutico, abriu sua primeira farmácia de magistral – de manipulação –, em 1981, com o nome de Farmácia Artesanal.
Hoje é reconhecido na área da saúde pela visão empreendedora e por transformar desafios em oportunidades. “Desde a abertura da primeira loja, na década de 80, até os dias atuais, observamos uma oportunidade de crescimento na área de medicamentos, dermocosméticos e suplementos personalizados. Atendemos a diversas especialidades voltadas para saúde, beleza e bem-estar. Além de possuirmos, uma linha de Marca Própria de pronta entrega nos PDVs”, afirma Tokarski.
À frente do Grupo Farmácia Artesanal, presente em 5 estados, com mais de 52 lojas que empregam diretamente 850 colaboradores e com faturamento anual de R$ 50 milhões, Evandro lembra que um passo crucial na estratégia de crescimento do negócio foi desbravar o mercado de franquias.
Segundo ele, o processo consiste na consolidação do know-how, a partir de erros e acertos, no desenvolvimento de um modelo testado de gestão, somado ao aprimoramento constante da equipe e na personalização das demandas dos clientes.
Atualmente, dedica-se também a ajudar outros empreendedores e empresários a encurtar os caminhos numa área que, mesmo em meio à crise, continua em expansão. “No primeiro semestre de 2020, tivemos 21,22% de crescimento, se comparado com o mesmo período do ano passado. E até o mês de setembro de 2020 deste ano, crescemos 39% em comparação ao mesmo período de 2019”, garante Tokarski.
Crescimento do setor
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontam que segmento de franquias cresceu, em 2019, cerca de 7%, em relação ao ano anterior. E mesmo com o impacto da Pandemia em 2020, a expectativa é de uma retomada de crescimento no faturamento das redes.
No segmento Saúde, Beleza e Bem-estar, em âmbito nacional, nota-se um impacto menor que em outros setores. No primeiro semestre de 2020, houve uma queda de 1,9%, comparado com o mesmo período de 2019, enquanto a média de queda no segmento global de franchising nacional foi de 18,1%.
Para o CEO do Grupo Farmácia Artesanal, realizar o sonho de empreender em tempos de crise torna-se viável por meio da segurança de um projeto sólido de franchising. “Posso afirmar que 75% dos empreendimentos criados a partir do modelo de negócios de franquias têm melhores resultados e sobrevivem neste momento de grandes desafios. Isso ocorre porque o empreendedor ‘compra’ o know-how da marca e segue manuais de como fazer acontecer”, diz Evandro.
Persistência ao empreender
Farmacêutica formada há 30 anos, Marcileia Maldi é um exemplo de empreendedora persistente. Em 1994, realizou o sonho de abrir sua primeira empresa ao entrar para um grupo de franquias. No entanto, depois de 10 anos no ramo, enfrentou um dos períodos mais difíceis da sua carreira quando, em função de uma crise financeira, a marca abriu falência.
Mesmo com medo de recomeçar no franchising, a empresária buscou um novo modelo que fosse mais seguro e que atendesse suas expectativas. Desde 2014, integra o Grupo Farmácia Artesanal, contando hoje com sete franquias da marca, quatro lojas em Goiás e três no Pará. “Antes, no outro grupo, não tinha o que eu tenho hoje na Artesanal: os procedimentos prontos, a expertise do ramo magistral e a segurança de estar executando algo que alguém já fez antes de mim e deu certo”, relembra Marcileia.
Ao mudar de empresa, a farmacêutica foi orientada a transformar radicalmente sua maneira de gerir o negócio, com foco em metas bem definidas, em estratégias centralizadas em Goiânia (GO), onde reside, e no acompanhamento de perto da execução do trabalho por meio de videoconferências e viagens frequentes às lojas. Além disso, conta que devido à nova cultura empresarial passou a priorizar a melhoria contínua e o treinamento de seus colaboradores. O resultado esperado veio logo: “foi o que realmente mudou a minha vida financeira e das minhas empresas.”
Aos empreendedores de primeira viagem, sobretudo no ramo da farmácia magistral, Marcileia recomenda a entrada por meio do franchising, uma vez que, segundo ela, a legislação da área é muito exigente e o profissional teria que contar com a expertise de quem já possui processos, documentação e treinamentos formatados. Mas alerta para alguns cuidados: “conhecer a franquia, saber se realmente tem a ver com o que empreendedor espera, se ele confia e se é o modelo que ele quer. Daí para frente é executar e, de vez em quando, sugerir melhorias e propor adequações quando for possível.”