Pesquisa investiga a saúde geral de mulheres que sobreviveram ao câncer de mama
São Paulo, SP 23/10/2020 – O que se observa na assistência é que à medida em que há o aumento na sobrevida, surgem sintomas e doenças não relacionados ao câncer como a depressão
O estudo aborda doenças associadas, efeitos colaterais e a qualidade de vida no pós-tratamento
O câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade em mulheres no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima, para 2020, mais de 1,7 milhões mulheres diagnosticadas com esse tipo de doença por ano, em todo o planeta. O número representa aumento de 26% em relação ao levantamento anterior. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de 66 mil novos casos de câncer mamário, para este ano.
E se por um lado a ciência e a medicina oncológica continuam a apresentar considerável evolução em cuidado e diagnóstico da doença, o que possibilita um número cada vez maior de pacientes curadas, por outro lado, percebe-se que muitas mulheres apresentam problemas para ajustar a própria vida, após o fim do tratamento oncológico e, acabam por experimentar piora na qualidade da saúde de um modo geral.
Diante disso, encontra-se em desenvolvimento, no Centro de Pesquisa do IBCC Oncologia, um estudo que busca avaliar a qualidade de vida e medir o impacto do câncer de mama em mulheres sobreviventes à doença, após 1 ano do término do tratamento primário. Serão recrutadas 105 mulheres, com idade entre 20 e 60 anos, que passaram por tratamento cirúrgico e não apresentaram características metastáticas do câncer de mama.
De acordo com o médico oncologista e residente do IBCC Oncologia, Dr. Thiago Vidal, um dos pesquisadores do estudo, o objetivo é conhecer os problemas vividos por essas mulheres, saber se são superados no curto e/ou médio prazos, entender se essas questões persistem, por quanto tempo, mesmo após o fim do tratamento. Além disso, a pesquisa pretende atuar ao lado dessas pacientes, a fim de garantir melhora no bem-estar em todos os aspectos da vida. “O que se observa na assistência é que à medida em que há o aumento na sobrevida, surgem sintomas e doenças não relacionados ao câncer como, depressão, distúrbios do sono e problemas na sexualidade. Há ainda receio de recorrência do câncer e questões relacionadas aos ajustes de recursos financeiros, por parte dessas mulheres”, afirma.
Vale destacar que, compreender as preocupações particulares de cada mulher é essencial para intervenções eficazes. O Estudo de Iniciativa do Investigador é realizado pelos médicos Dr. Thiago Vidal (residente) e Dr. Felipe Cruz (oncologista) e assessorado pela analista de pesquisa do Centro de Pesquisa do IBCC, Alayne Yamada.
Website: http://www.ibcc.org.br