Pesquisa mostra perfil do cliente do mercado imobiliário em BH e região metropolitana

Levantamento de uma rede de imobiliárias analisou dados de cerca de 25 mil pessoas interessadas em comprar ou alugar imóveis entre janeiro e julho de 2021

A maior preferência do cliente do mercado imobiliário é por locação em Belo Horizonte e região metropolitana. A constatação é de um levantamento realizado com cerca de 25 mil pessoas que buscaram imóveis de janeiro a julho. No período, 65% dos clientes tiveram interesse em imóveis para aluguel (16.003) e 35% se interessaram em adquirir a casa própria (8.647 pessoas). Os dados foram apurados pela Netimóveis, uma das maiores redes imobiliárias do país, que representa cerca de 25% do mercado imobiliário em Belo Horizonte.

Na maioria, os clientes que buscaram por locação no primeiro semestre relataram que essa era uma saída mais rápida para a necessidade de espaços maiores e um ambiente exclusivo para o home office. Nesse cenário, a maior procura foi por casas em condomínio e apartamentos mais antigos, em função de serem mais amplos. De janeiro a julho deste ano, os valores buscados para locação, em média, giraram em R$ 1.600. A maioria optou pelas garantias locatícias seguro fiança e cartão de crédito, em detrimento do fiador.

Entre as principais prioridades citadas pelos entrevistados, estão preço do imóvel, tamanho e a localização (nessa ordem). “Algumas pessoas relataram que estavam buscando outros imóveis também devido aos reajustes do contrato de locação da residência atual, o que gerou pressão para a renegociação do valor junto ao proprietário do imóvel”, explica o diretor executivo de Marketing da Netimóveis Belo Horizonte, Leirson Cunha. Ter elevador, que antes da pandemia era um item fundamental para a escolha de uma residência, passou a ser negligenciado em função do preço. “As pessoas passaram a preferir um imóvel mais barato e maior, mesmo que o edifício não tenha a comodidade de um elevador”, revela.

No segmento de vendas, a busca por imóveis prontos (e não na planta) foi a escolha da maioria dos entrevistados: 85%. “Isso se deu devido à necessidade e à urgência na mudança para espaços maiores. Com o cenário de pandemia, as crianças passaram maior tempo em casa, além dos pets, e o home office foi adotado por grande parte dos entrevistados”, destaca Cunha.

Em relação aos valores para compra, a busca foi, em média, por imóveis de R$ 600 mil. Os entrevistados que buscaram a aquisição do bem definiram o financiamento como opção principal. Alguns citaram que teriam uma reserva para a entrada, mas optaram por deixar o dinheiro investido em outras modalidades.

Pandemia mudou o perfil do cliente do mercado imobiliário

A Netimóveis também realizou outro levantamento, com cerca de 4 mil clientes do mercado imobiliário em Minas Gerais, que mostrou que o comportamento do comprador de imóveis mudou depois da pandemia, principalmente em relação à forma de pagamento e perfil do imóvel. A base de participantes da pesquisa é formada por pessoas interessadas em imóveis de 33 imobiliárias associadas à rede em BH e região metropolitana.

Em 2019, a forma de pagamento preponderante era a permuta (75%), seguida de financiamento (15%) e à vista (10%). De acordo com os dados apurados de janeiro a abril de 2021, a preferência passou a ser por financiamento: 80%; pagamento à vista representou 15% e permuta caiu para 5%.

“Com a queda na taxa de juros, o mercado imobiliário ficou com ainda mais liquidez, o que possibilitou esse aumento na quantidade de financiamentos imobiliários. Além disso, com a pandemia, as instituições financeiras promoveram outras iniciativas que vieram a favorecer todo o setor”, destaca o presidente da Netimóveis BH, Ronaldo Starling.

Neste ano, a busca para a compra priorizou imóveis maiores e casas em condomínio, principalmente para atender às necessidades do home office ou modelo híbrido. Os bairros de BH com maior interesse para compra de imóveis, no período, foram Buritis (região Oeste) e Pampulha, além de outras cidades com casas em condomínio, como Nova Lima. “A pandemia trouxe esse movimento de valorização da moradia, da busca por espaços maiores e mais qualificados. Antes, nossa vida era mais no ‘off’; hoje, tudo acontece dentro de casa, o que modificou muito a visão e o conceito do ‘morar bem'”, afirma Starling.

No segmento de locação, destaque para os bairros Buritis, Funcionários, Sion, Luxemburgo e Santo Antônio (antes da pandemia, os com maior interesse eram Buritis, Floresta, Prado, Calafate e Gutierrez”). De janeiro a abril deste ano, a pesquisa identificou 5.609 clientes interessados em comprar imóveis e 10.048 buscando aluguel (55% de diferença).

“A locação atende uma grande parcela da população, sobretudo aqueles que ainda não conseguiram se planejar para financiar ou para poupar um bom valor para a entrada. O setor está bem aquecido e possibilita essa mudança de forma mais ágil, principalmente para os locatários que estão em busca de um imóvel que atenda em tudo o cenário de pandemia, como a busca maior pela qualidade de vida, o home office e a proximidade com outros serviços de interesse do cliente”, analisa o diretor da área de Locação da Netimóveis, Achilles Seabra.

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