Dados do mercado imobiliário em Contagem começam a ser divulgados

Instituto de pesquisas Data Secovi passa a analisar informações sobre comercialização de imóveis (residenciais e comerciais) e locação no município

Os dados sobre o mercado imobiliário em Contagem serão analisados e divulgados pelo instituto de pesquisas Data Secovi, da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), a partir de uma parceria firmada com a prefeitura da cidade. O levantamento, feito com base na emissão das guias do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), inclui a quantidade de imóveis novos e usados comercializados e o valor médio —tanto de residenciais quanto de comerciais— de transações imobiliárias ocorridas no município desde outubro de 2020.

Os primeiros dados coletados pelo Data Secovi mostram que a comercialização de imóveis em Contagem tem aumentado ao longo dos meses. Em março deste ano, a venda de unidades residenciais chegou a 652, número 20% maior que o registrado em fevereiro de 2021 (544). Em relação ao valor médio comercializado, casas e apartamentos foram vendidos por R$ 187.600, em março, e por R$ 190 mil em fevereiro deste ano.

De outubro de 2020 a março de 2021, foram comercializadas 3.650 unidades residenciais e 593 comerciais em Contagem, o que confirma o potencial do município para o desenvolvimento imobiliário. “Contagem é a maior cidade da região metropolitana e é notório que está ocorrendo um movimento de migração para cidades da RMBH, fomentado, sobretudo, pela busca de uma maior qualidade de vida. Os dados analisados e divulgados pelo Data Secovi serão de suma importância para que empreendedores possam destinar novos investimentos na cidade”, avalia o diretor da CMI/Secovi-MG e responsável pelo Data Secovi, Leonardo Matos.

Especialistas do mercado imobiliário afirmam que, com o cenário de alta procura por imóveis, motivado pela queda na taxa de juros e busca por uma moradia de mais qualidade impulsionada pela pandemia —que já vem ocorrendo desde o ano passado—, os preços tendem a aumentar. Somam-se a isso os sucessivos aumentos nos valores dos materiais de construção, que continuam pressionando os custos do setor, o que pode encarecer os preços finais e diminuir os lançamentos das construtoras.

Segundo Evandro Negrão de Lima Jr., presidente da Sancruza Imóveis, sediada em Contagem, a alta nos preços dos imóveis será inevitável, pois a elevação de insumos fundamentais, como o aço, cimento, cobre, entre outros, tem sido expressiva nos últimos meses, tendo chegado a dobrar em alguns casos. “Esse movimento de reajuste de preço dos imóveis já começou. Obviamente, isso não ocorre do dia para a noite, mas esses custos vão sendo repassados gradualmente”, avalia. Ele afirma que isso também vai impactar o mercado de usados. “Os empreendimentos novos absorvem esse impacto e o preço dos usados toma como referência justamente o preço dos novos e, dessa forma, também aumentam”, complementa.

Ele afirma que o fato de Belo Horizonte ter adotado uma política urbana mais restritiva levou várias construtoras a ampliar a atuação na região metropolitana. Em Contagem, por exemplo, as vendas passaram de 1.748 unidades, entre janeiro e dezembro de 2019, para 3.032 unidades comercializadas no mesmo período de 2020, o que representa um aumento de 73,45%, segundo dados do Sinduscon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais). “Existe um espaço muito grande para o crescimento imobiliário na cidade de Contagem. Com isso, tem ocorrido um movimento de migração.”

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