Época de Páscoa levanta debate sobre bem-estar de coelhos
São Paulo – SP 26/3/2021 – O coelho representar a esperança de uma nova vida. Está associado à capacidade que a Igreja tem de produzir novos discípulos e espalhar a mensagem de Cristo.
É comum encontrar coelhos abandonados em áreas verdes das cidades após a Páscoa
A Páscoa não deve ser uma data que impulsione as pessoas a presentearem os amigos com um coelho. “De acordo com médicos-veterinários, antes desta atitude é preciso avaliar cautelosamente se o presenteado possui estrutura, orçamento e rotina que permitam criar, com bem-estar e saúde, esse animal que vive de seis a dez anos em ambiente doméstico”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).
Por não se atentarem às necessidades específicas dos coelhos antes de adquiri-los como pets, muitas famílias acabam negligenciando nos cuidados e, pior, abandonando o animal, o que configura crime, previsto na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
É muito importante ter tempo para se dedicar ao animal. O ideal oferecer-lhe um espaço que tenha grama para ele poder se exercitar. Além disso, o coelho escolhe o lugar da casa onde ele vai urinar e defecar. É necessário ter um espaço adequado para que ele possa demarcar os locais para dormir, se abrigar e se alimentar.
A criação em gaiola gera sofrimento e contribui para o surgimento de problemas de saúde e comportamentais. Isso porque os coelhos são roedores e saltadores e têm necessidades que não são supridas em recintos pequenos e restritos.
A médica-veterinária Cristina Maria Pereira Fotin, membro da Comissão de Médicos-Veterinários de Animais Silvestres do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), explica que deixá-los em gaiolas causa sofrimento, uma vez que impede que eles se movimentem e locomovam atendendo à sua natureza. “Os coelhos podem apresentar problemas nas articulações, obesidade e desvios de comportamento, como lambeduras que levam a problemas de pele”, ressalta a veterinária.
Os coelhos precisam de fibra seca e não digerível para formar fezes e o intestino funcionar direito. A base da alimentação é o feno, complementada com ração e outros itens alimentares. A cultura de que este pet se alimenta basicamente de cenoura não procede.
A tradição do coelho da Páscoa surgiu no século XVI, na Alemanha. Os alemães trouxeram o hábito para a América no século XIX. O animal foi associado à Páscoa porque se reproduz rapidamente e simboliza a fertilidade.
“O coelho representa a esperança de uma nova vida. Está associado à capacidade que a Igreja tem de produzir novos discípulos e espalhar a mensagem de Cristo”, enfatiza Vininha F. Carvalho.
“A Páscoa é a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo, pelos cristãos. A data é comemorada no domingo da Semana Santa, que representa o dia em que Jesus Cristo ressuscitou depois da sua crucificação e, jamais pode ser atribuída a isto a possibilidade do abandono de seres tão inocentes. Somente quem realmente tem condições de oferecer o amor e o carinho que eles merecem devem ser surpreendido com um presente tão especial. Ter um animal de estimação enche a casa de alegria e ajuda na saúde mental”, conclui Vininha F. Carvalho.
Website: https://www.revistaecotour.news