Vendas de apartamentos novos em Belo Horizonte e Nova Lima alcançam o maior patamar do ano
Dados são do Censo do Mercado Imobiliário divulgado, nesta semana, pelo Sinduscon-MG
As vendas de apartamentos novos nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima cresceram 25,5% em agosto na comparação com o mês anterior. Enquanto em julho foram vendidas 369 unidades nas duas cidades, em agosto o número chegou a 463. Foi o maior volume de vendas no ano, fato que reforça o melhor dinamismo do mercado imobiliário da capital mineira. As vendas de agosto (463 unidades) representam incremento de 122,6% em relação a igual mês do ano anterior (208 unidades). Os dados são do Censo do Mercado Imobiliário, realizado pela Brain Consultoria para o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), divulgado nesta semana.
Segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Michel, as empresas estão adaptando os seus canais de vendas e estratégias com ampliação do atendimento digital, o que está contribuindo para revigorar os negócios. Ele afirma que os resultados das vendas de apartamentos em agosto reforçam as expectativas mais positivas para o segundo semestre do ano. Enquanto de abril a junho foram comercializadas 805 unidades, nos meses de julho e agosto esse número já alcançou 832 unidades, evidenciando o vigor das vendas. Desde junho, o número mensal de unidades comercializadas supera 350 unidades. “A baixa taxa de juros, que tem proporcionado condições mais atrativas no financiamento imobiliário, e a maior importância dada à casa própria, especialmente neste momento em que o isolamento social levou novos hábitos às famílias, ajudam a justificar esse incremento”, analisa Renato Michel.
Nesse contexto, ganha destaque o maior evento de vendas on-line de apartamentos novos que será realizado nos dias 23, 24 e 25 de outubro pelo Sinduscon-MG, em parceria com a Fiemg e o Sebrae: o “Show da Casa Própria MinasCon 2020”. O vice-presidente do Sinduscon-MG detalha que, no site www.showcasapropria.com.br, serão oferecidos imóveis na Região Metropolitana de Belo Horizonte em condições especiais. “Numa mesma plataforma on-line, o comprador de imóvel poderá acessar empreendimentos de várias empresas e escolher o que melhor atende a sua demanda. CAC, Direcional, MRV, Precon e VIC Engenharia estão entre as empresas que já confirmaram a participação.”
Em agosto, o número de lançamentos de apartamentos cresceu. Enquanto em julho foram lançadas 63 unidades, no oitavo mês do ano foram 290, o que representou uma alta de 360,32%. Foi o maior número de lançamentos dos últimos cinco meses, mas, mesmo com esse incremento, os lançamentos ficaram, pelo quinto mês consecutivo, inferiores às vendas. Com isso, o número de imóveis novos disponíveis para comercialização em Belo Horizonte e Nova Lima reduziu para 2.764 unidades, o menor patamar da série histórica da pesquisa iniciada no final de 2015. “Considerando a média de unidades comercializadas nos primeiros oito meses do ano, a oferta disponível se esgotará em menos de nove meses, caso não aconteça um incremento acentuado de lançamentos nos próximos meses. Em agosto, a oferta sofreu redução pelo quinto mês seguido”, observa Renato Michel.
Do total de 290 unidades lançadas, a pesquisa aponta que 260 foram no padrão econômico e 30 no padrão médio. Em agosto, não foram registrados lançamentos nos demais padrões. Os lançamentos se concentraram na região Nordeste (268 unidades). Na região Leste, foram lançadas 22 unidades.
O maior número de unidades vendidas foi observado no padrão Econômico (160 unidades), seguido pelo padrão Médio (99 unidades), padrão Luxo (63 unidades), padrão Standard (57 unidades), padrão Alto (40 unidades) e padrão Superluxo (24 unidades). As vendas de padrão alto, luxo e superluxo se destacaram, ficando entre os maiores patamares do ano para esses padrões. “A baixa taxa de juros, que desestimula os investimentos financeiros, ajuda a justificar esse resultado.” O padrão econômico inclui apartamentos de até R$ 215 mil; padrão Standard (de R$ 215 mil a R$ 400 mil); padrão Médio (de R$ 400 mil a R$ 700mil); padrão Alto (de R$ 700 mil a R$ 1 milhão); padrão Luxo (de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões) e padrão Superluxo (acima de R$ 2 milhões).
“A maior oferta de crédito imobiliário, sem dúvidas, é um dos motivos que contribui para acentuar o otimismo do setor”, destaca Renato Michel. Ele ressalta que “o bom momento do setor da construção civil é refletido no mercado de trabalho e isso é uma questão muito importante para o país”. Conforme os dados do novo Caged referentes ao oitavo mês do ano, divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o setor gerou um saldo positivo de 50.489 novos postos de trabalho com carteira assinada no Brasil. Foram 149.706 admissões e 99.217 demissões. Com esse resultado, a construção civil acumulou, nos primeiros oito meses do ano, um saldo 58.464 novas vagas. Desde junho, o setor da construção vem registrando resultados positivos no mercado de trabalho formal.
Em Belo Horizonte, os resultados do Caged também demonstram números positivos para a construção civil. Em agosto, o setor se destacou na capital mineira, sendo o responsável pela maior geração de vagas na comparação com outros grandes setores. Do total de 4.325 novas vagas formais geradas em Belo Horizonte em agosto, a construção civil foi responsável por 50,73%: 2.194 vagas.
“Quando se analisa o resultado acumulado nos oito primeiros meses do ano, observa-se que a construção civil é o único grande setor com resultados positivos na geração de vagas com carteira assinada em Belo Horizonte”, destaca o vice-presidente do Sinduscon-MG. De acordo com os dados do Caged, de janeiro a agosto de 2020, o setor foi responsável pela geração de 3.346 novos postos de trabalho na cidade. “Nenhum outro grande setor registrou resultados positivos na cidade neste período.”
Vendas nos primeiros oito meses do ano crescem em relação a igual período do ano anterior
O maior dinamismo do mercado imobiliário em Belo Horizonte e Nova Lima também fica evidenciado quando se compara o resultado dos oito primeiros meses de 2020 com igual período do ano anterior. De janeiro a agosto de 2019, foram comercializadas nas referidas cidades 2.111 apartamentos novos, enquanto, em iguais meses de 2020, esse número foi de 2.591 unidades: um incremento de 22,74%.
Os lançamentos passaram de 1.280 unidades (janeiro a agosto/19) para 1.812 (janeiro a agosto/20), o que corresponde a alta de 41,56%. Apesar da alta mais expressiva, observa-se que os lançamentos nesse período ficaram bem inferiores às vendas, contribuindo para a redução do estoque de unidades novas disponíveis para comercialização, que passou de 3.308 unidades em agosto/19 para 2.764 em agosto/20 (redução de 16,44%).
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a pesquisa mostra que o maior número de unidades vendidas foi no padrão Econômico (746 unidades), seguido pelo padrão Standard (689 unidades) e padrão Médio (413 unidades).
A região da Pampulha, com 542 unidades, a região Centro-Sul, com 534 unidades, e a região Oeste, com 499 unidades, registraram o maior número de vendas no acumulado de janeiro a agosto/20. Já os lançamentos, nesse período, foram destaque nas regiões Norte (412 unidades), Nordeste (308 unidades) e Centro-Sul (278 unidades).
“Os resultados do mercado imobiliário de agosto de 2020 reforçam a expectativa de um segundo semestre mais dinâmico. Além disso, a Selic em baixo patamar (2% ao ano), as expectativas menos pessimistas para a economia brasileira, a melhora nos índices de confiança, os resultados positivos nos indicadores econômicos de alguns segmentos, como a indústria, os lançamentos que ficaram represados no período de abril a junho e as baixas taxas de juros nos financiamentos imobiliários são alguns dos fatores que alimentam a expectativa de um semestre mais vigoroso para o mercado”, avalia Renato Michel.
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