Empresa investe R$ 50 milhões para fornecer energia temporária neste ano

A Geradora, que tem filial em Contagem (MG), registrou crescimento nos últimos anos com a prestação de serviços para grandes empresas e estruturas temporárias de saúde

A empresa A Geradora —líder brasileira no segmento de locação de geradores de energia, torres de iluminação e compressores de ar— está com expectativas positivas para 2022. A retomada dos eventos presenciais e o aumento da demanda por energia temporária sinalizam para o crescimento no faturamento, que deve alcançar percentual de dois dígitos neste ano. Para atender a demanda prevista, a empresa está investindo na renovação e ampliação do parque de equipamentos: em 2022, estão sendo investidos cerca de R$ 50 milhões na aquisição de 500 novas máquinas.

Em 2021, a A Geradora faturou R$ 212 milhões, cerca de 25% maior que o registrado no ano anterior. De acordo com o diretor-presidente da empresa, Enilson Moreira, os bons resultados foram puxados, principalmente, pela prestação de serviços de energia temporária com geradores e compressores de ar para atendimento às indústrias; a maioria dos setores de petroquímica, manutenção e celulose. “A empresas brasileiras praticamente só fizeram paradas de manutenção essenciais em 2020 e adiaram muitas para o ano passado; a A Geradora tem muita expertise em fornecer esse tipo de serviço e foi beneficiada pelo aumento da demanda, que estava reprimida.” O crescimento de negócios nesse segmento foi de 30% em relação a anos anteriores.

Já 2020, ano em que a empresa alcançou um faturamento 30% acima do registrado em 2019, foi marcado pela grande demanda dos hospitais de campanha, tanto na fase de construção ou adaptação das estruturas quanto de manutenção, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pará, Goiás e Sergipe. “Esse foi um novo segmento que surgiu e demandou muita energia”, afirma Enilson Moreira.

Apesar da crise causada pela pandemia, a demanda por energia não diminuiu: indústria, comércio, serviço e infraestrutura mantiveram o consumo. “Algumas empresas do setor de locação desaceleraram, mas a A Geradora ampliou os investimentos e intensificou os negócios. Estivemos juntos com nossos clientes, ajudando muito o setor de saúde no Brasil em um momento delicado”, acrescenta o diretor-presidente. Ele ressalta que a empresa não reduziu o ritmo e, com isso, conseguiu atender às necessidades do mercado. “Em 2020, tivemos resultados melhores do que em 2019”, complementa.

Perspectivas para 2022

Segundo o diretor-comercial e de Marketing da A Geradora, Candido Terceiro, em 2022, um ano eleitoral, o marco do saneamento deve “colocar muitos projetos para rodar”. A expectativa do governo é de que o marco legal permita uma injeção de recursos no setor e ajude a universalizar o fornecimento de água e a coleta e o tratamento de esgoto no Brasil até 2033: estima-se que os investimentos privados sejam de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões no saneamento. Para esse segmento, a empresa fornece equipamentos de energia elétrica e pneumática, entre eles geradores e compressores de ar. “Também estamos otimistas com a recuperação do PIB e os investimentos em infraestrutura no país. A possibilidade do fim da pandemia, o marco do saneamento e a retomada da normalidade macroeconômica também representam boas perspectivas para 2022”, destaca.

Neste ano, também há expectativas para a retomada dos eventos, setor que já chegou a representar 15% do faturamento da A Geradora. Entre 2014 e 2016, a empresa obteve crescimento expressivo devido à conquista de contratos de grandes realizações, entre eles a Copa do Mundo no Brasil, os eventos pré-olímpicos e as Olimpíadas. Em 2020 e 2021, o faturamento com a atuação no setor de eventos foi praticamente zero, porém a expectativa é de retomar, em 2022, os mesmos patamares anteriores a pandemia. “Nossa perspectiva para é de uma retomada gradual e consistente no segmento de eventos”, analisa Candido Terceiro.

Outro cenário que pode aumentar a demanda por geradores é a crise energética, que deve voltar à pauta neste ano. De acordo com especialistas do setor e consultorias da área de energia, a maior crise hídrica dos últimos 91 anos deve pesar no bolso do consumidor e no caixa das empresas ao menos até 2025.  “A cada ano, o período de secas tem sido mais severo e há, sim, risco de apagões em horário de pico. Por isso, a demanda por geradores já começou a aumentar e a perspectiva é que em 2022 cresça ainda mais”, explica o diretor.

Energia eólica

Outro setor que deve contribuir para o aumento de negócios neste ano é o de energia eólica. A empresa atua tanto em projetos de instalação de parques eólicos quanto no comissionamento (paradas de manutenção).

Os principais parques instalados estão no Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão e Ceará. Nesses estados, a principal demanda é por comissionamento: durante o comissionamento, a empresa fornece equipamentos para teste de cargas e geradores com alta capacidade instalada de forma a simular a carga de energia produzida pelas usinas eólicas. “Há uma carência de especialistas nesse segmento e nossa empresa tem capacidade técnica, além de realizar investimentos constantes em equipamentos específicos”, aponta Candido Terceiro.

Os projetos em fase de instalação estão no Espírito Santo e Sergipe. Nesses casos, a A Geradora fornece geradores e torres de iluminação para a construção dos parques. Além disso, o segmento possui um amplo potencial de crescimento (estimado em cerca de 500 mil megawatt), pois representa muito pouco da matriz energética brasileira. No total, o país tem 726 usinas instaladas, com capacidade de geração de 19 gigawatt (GW) e de construção de 4 GW de energia.

A Bahia é, hoje, o maior produtor do Brasil e, somente em 2020, 23 novos parques eólicos foram instalados no estado. Segundo dados do setor, considerando todas as fontes de geração de energia elétrica, em 2020, foram instalados 5,32 GW de potência e a eólica foi a fonte que mais cresceu, representando 43,17% da nova capacidade instalada no ano. A capacidade eólica instalada em 2020 fez a fonte atingir uma participação de 10,13% da matriz energética brasileira. “Sem dúvida, esse é um mercado em ampla expansão e podemos aumentar nossa participação, visto que temos a expertise necessária e os equipamentos demandados pelo segmento”, analisa Candido Terceiro. 

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