Com recorde de investimentos em startups, país deve ganhar mais unicórnios
Rio de Janeiro 1/6/2021 – “O caminho para pessoas muito criativas e inventivas é fundar a própria empresa, para criar seus produtos. Sempre pensei fora da caixa”, diz Christian Aranha.
Fundada na PUC-Rio, a Cortex está entre empresas promissoras
Os investimentos em startups vêm batendo recorde no Brasil. No ano passado, mesmo em meio à crise trazida pela pandemia da Covid-19, os aportes alcançaram a marca histórica de R$ 18,4 bilhões, de acordo com dados do Distrito, empresa que monitora o setor. O crescimento, na comparação com 2019, foi de 17%. Neste cenário, aumenta o número de candidatas a unicórnio, que são aquelas avaliadas em R$ 1 bilhão.
Fundada em 2001, na PUC-Rio, a Cortex, empresa de captura e análise de dados, tem chance de entrar neste seleto grupo, hoje com menos de 20 nomes. A previsão é da Tracxn, especializada em pesquisa em inovação, que a listou em 2020 como minicórnio, ou seja, uma startup com potencial para virar unicórnio, graças a rodadas de investimentos relevantes.
A trajetória do empreendimento, que nasceu na incubadora Instituto Gênesis, da PUC-Rio, é motivo de orgulho para Christian Aranha, doutor em inteligência computacional aplicada, integrante do grupo fundador e criador de sua tecnologia inovadora.
“A Cortex foi uma das primeiras empresas de Big Data do Brasil, a primeira startup brasileira a ganhar o prêmio de elite da Microsoft. Fazíamos inteligência competitiva numa época em que ninguém sequer sabia o que era isso”, conta Christian, que desenvolveu a empresa durante o mestrado em Big Data na PUC-Rio, com colegas da faculdade, e hoje está focado em outros projetos de empresas com base tecnológica.
“A internet estava começando a crescer, e tínhamos robôs que coletavam o conteúdo na rede e faziam clipping automático para clientes, que, por sua vez, usavam os dados para traçar seu posicionamento estratégico. Até então, esse trabalho era feito por pessoas, à mão”, relembra Christian, que deixou a operação da Cortex em 2014, mantendo uma participação acionária.
Ele idealizou a tecnologia da empresa, que viria a se tornar a plataforma de inteligência líder no Brasil para marketing e vendas, depois de trabalhar nas áreas de data mining e text mining. Isso enquanto cursava, além do mestrado, uma graduação em psicologia.
A ideia pode parecer estranha para quem tem como primeira formação a engenharia elétrica, mas Christian, sempre atento às lacunas do mercado, queria se aprofundar na análise da mente humana para entender o comportamento do consumidor, e seguir aprimorando o uso da ciência de dados para alavancar resultados dos clientes.
Neste momento, na avaliação da Associação Brasileira de Startups, a Cortex demonstra ter sólida escala de crescimento e forte atuação em âmbito nacional. Atende a gigantes como Sony, Visa, Claro, Carrefour e L’Oreal, entre muitas outras empresas.
Christian tem 45 anos, é palestrante, entusiasta do empoderamento financeiro e autor do livro “Bitcoin, blockchain e muito dinheiro – Uma nova chance para o mundo”. Lançada ano passado pela editora Valentina, a publicação chegou a atingir a 1ª posição na Amazon brasileira na categoria “dinheiro”. Seus fundamentos acabam de se transformar em curso da PUC-Rio.
Ele também criou a desenvolvedora de startups Entropia, por meio da qual apoia outras iniciativas promissoras com sua expertise. Entre elas, destacam-se hoje a EOS Rio e a Jaleko, plataforma de ensino da área médica, com prognóstico de se transformar numa unicórnio, como a Cortex.
“O caminho para pessoas muito criativas e inventivas é fundar a própria empresa, para criar seus produtos. Sempre pensei fora da caixa. Tenho muito orgulho do caráter desbravador da Cortex. Desde o início, enxergamos além. E sigo olhando para o futuro”, diz o empreendedor.
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