Mercado de gestão de frotas passa de US$ 30 bilhões e movimenta fornecedores brasileiros
18/1/2021 –
No mercado global, o setor de gestão de frotas movimenta mais de US$ 30 bilhões por ano, segundo dados da consultoria americana Market and Markets. Um volume de investimentos que se fundamenta nos benefícios obtidos pelas empresas com esta prática: o gerenciamento profissional e especializado de veículos e máquinas corporativas é sinônimo de aumento na segurança dos condutores e demais envolvidos no trânsito, aumento de produtividade e otimização de investimentos.
No Brasil, o segmento movimenta não apenas a cena de usuários, contando com empresas adeptas em setores diversos, como agronegócio, florestal, utilities e outros, mas também o cenário de fornecedores.
Para Paulo Renato Jotz, diretor da Creare Sistemas, um dos players desta área no país, o mercado requer atenção, pois não depende só de tecnologia, mas também de entendimento das demandas específicas de cada empresa para desenho de soluções que consigam suprir as necessidades.
Um desdobramento que a empresa busca fazer por meio de três áreas de negócios, além de foco em customização – capacidade que se estende aos BIs (Business Intelligence), sistemas que trabalham com os dados coletados pelas soluções Creare e que permitem gerar relatórios alimentados pelos indicadores específicos da operação de cada cliente. Em outras palavras, são relatórios contendo os KPIs de cada empresa, que possibilitam fazer a gestão das frotas da maneira mais adequada às particularidades de cada negócio.
“O que cada empresa considera importante, transformamos em indicadores e criamos os relatórios de acordo com o que ele precisa mensurar, monitorar, analisar. Já temos mais de 100 BIs desenvolvidos”, comenta Jotz.
Quanto às linhas de negócio, o executivo destaca a Telemetria, com soluções dotadas de recursos como leitura de barramento CAN (Controller Area Network), sistema pelo qual a solução embarcada em veículos lê as trocas de informações realizadas entre os equipamentos eletrônicos dos carros ou caminhões, passando aos gestores informações precisas sobre a condução de cada item.
Além disso, a Creare trabalha com leitura de odômetro, indicando as distâncias percorridas por cada veículo sem as margens de erro que ocorrem, por exemplo, em leituras via fio ou GPS. “Isso é um dado importante para calcular prazos de manutenção preventiva e corretiva, como trocas de óleo, filtros, abastecimentos, entre outros. Tudo isso ajuda a manter e expandir a vida útil da frota, gerando mais produtividade e evitando paradas ou gastos com consertos que poderiam ter sido evitados”, afirma Jotz.
Outra área de negócios do player brasileiro é a GoAwake, sistema de monitoramento de fadiga e distração. Por dados da ABRAMET, sabe-se que em torno de 20% dos acidentes com morte em território nacional são decorrentes de fadiga, cansaço e distração ao volante.
“Isso é muito, se considerarmos que, ao todo, os acidentes fatais no trânsito brasileiro são, em média, 35 mil ao ano. E é possível ter um controle para evitar tais ocorrências. Esta solução permite, por meio de uma câmera embarcada nos veículos e algoritmos de Inteligência Artificial, detectar sinais de fadiga, sono e distração nos motoristas, como fechar de olhos, bocejo, olhar para as laterais, fumar, usar celular, entre outros. Assim que os sinais são detectados, a solução primeiro dá um alerta ao motorista, pedindo que tome cuidado ou orientando a parar para descansar”, ressalta o diretor. “Além disso, envia os dados coletados para uma Central de Monitoramento, que tem atuação 24/7, onde os alertas são avaliados, validados, classificados segundo o nível de risco oferecido por cada comportamento identificado (baixo, médio e alto risco). Com esta informação em mãos, as empresas podem então designar as ações para cada caso – orientar o condutor, trocar seus horários de trabalho, aplicar punições, bonificar motoristas por bom comportamento ao volante, entre outras ações”, complementa.
O GoAwake recebeu, em 2019, o prêmio FAU – Brafip, que contemplou a empresa com um período de aceleração no Research Park da Flórida Atlantic University (FAU). Por meio disso, a companhia iniciou uma operação em Boca Ratón, na Flórida, onde a FAU tem sede, o que fomentou uma estratégia de expansão de mercados a que a organização já vinha dando andamento por meio da participação em outro programa, o Scale-Up da Endeavor, maior organização de apoio ao empreendedorismo de impacto no mundo, para o qual também foi selecionada em 2019.
Quanto ao terceiro pilar de atuação, a Otimização de Processos Logísticos, Jotz salienta que a atuação se dá por meio de projetos que incluem tecnologias diversas, como computação embarcada, identificação automática por RFID, aplicativos para dispositivos móveis, sistemas de comunicação satelital, entre outros.
“Na parte de software, temos um intenso fornecimento tanto de aplicações para uso, quanto para integrações – nossas soluções conversam com outros sistemas das empresas, como ERPs, sistemas de abastecimento, manutenção, multas e outros”, finaliza o diretor.