Reprodução assistida: saiba quais são as principais dúvidas

26/4/2021 –

Especialistas esclarecem as dúvidas mais comuns sobre o procedimento

Quando o assunto é reprodução assistida, existem várias histórias de casais ou até mesmo de mulheres solos que passaram ou ainda estão passando por esse processo. Sendo assim, aqui é possível analisar algumas dessas histórias: na primeira, a mulher de 25 anos, no auge da sua idade reprodutiva acabou de casar e quer realizar logo o sonho da maternidade. No segundo caso, a mulher tem 30 anos, é independente e tem planos inadiáveis sobre a vida e a carreira e a maternidade pra ela precisa ficar pra depois. Por último temos uma terceira mulher, acima dos 35 anos, que está querendo engravidar mas não consegue por meios naturais. São 3 perfis diferentes, mas todos, em algum momento da vida, se unem pelo mesmo desejo de ser mãe.

As três mulheres, por motivos diferentes, podem ser potenciais pacientes de reprodução. A tentante mais jovem tem mais chances de uma gravidez natural, mas um ano de tentativas frustradas pode indicar algum problema de fertilidade do casal e é preciso investigar se há um problema e como agir. A mulher de 30 anos pode ter a indicação de congelar os óvulos ainda saudáveis para optar pela gravidez um pouco mais adiante. E a de 35 anos ou mais, não tem tempo a perder e tem pressa da maternidade.

Infertilidade

Cerca de 90% dos casais conseguem engravidar por meio natural, num período de 12 meses, se estiver dentro da idade reprodutiva. Já os casais que estão nessa faixa etária, que tem relações sexuais desprotegidas com o intuito de gerar uma gravidez e não obtêm sucesso, podem ser considerados inférteis e precisam procurar um especialista para saber o porquê de não estarem conseguindo engravidar. Atualmente a Organização Mundial da Saúde considera a dificuldade de engravidar como uma “doença” do sistema reprodutivo.

Principais causas da infertilidade

A infertilidade pode ocorrer tanto no homem quanto na mulher, nas mesmas proporções. Os fatores masculinos estão ligados a doenças genéticas ou não que diminuem a produção de esperma. Já os fatores femininos se relacionam com patologias tubárias e pélvicas, ou seja, problemas relacionados às trompas e aderências causadas por inflamações anteriores. Alterações ovulatórias respondem por 15% dos casos, enquanto 10 a 15% são considerados casos sem uma causa aparente.

Fertilização in Vitro

Segundo a médica e diretora da Clínica Fertipraxis, Maria do Carmo, a fertilização in vitro é uma técnica de reprodução humana, que corresponde ao processo onde a paciente é submetida a uma hiperestimulação controlada que produz uma resposta ovariana onde há o crescimento de múltiplos folículos.

“Esses são puncionados por via transvaginal, guiada por ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada dos folículos ovarianos, são preparados para a realização de dois possíveis procedimentos: a FIV clássica, quando os óvulos são colocados em cultura para serem fecundados pelos espermatozoides, ou a FIV do tipo ICSI, isto é, a injeção intracitoplasmática de um espermatozoide capacitado (escolhido) em cada óvulo maduro aspirado”, explica Maria do Carmo como funciona o processo.

Independente da técnica utilizada, após a fecundação e desenvolvimento inicial dos embriões, um determinado número deles é transferido para a paciente através de um cateter, introduzido pelo colo uterino, guiado pela ultrassonografia, para definir um melhor local de colocação dos embriões dentro útero. É preciso esperar por 12-15 dias para saber se a paciente engravidou. O número de embriões transferidos é definido de modo individualizado, levando-se em consideração a idade da paciente e aspectos específicos do embrião.

A médica especialista no assunto, Maria do Carmo, explica as quatro dúvidas sobre a reprodução assistida

1- “Vou fazer uma Fertilização in vitro, vou engravidar na minha 1ª tentativa?”

De certa maneira, as chances de sucesso do procedimento giram em torno de 30% por tentativa. Além disso, existem diversos fatores que influenciam essas taxas de gravidez, como por exemplo: a idade da paciente, a causa da infertilidade, o tipo de protocolo utilizado para a FIV, entre outros. No entanto, antes de podermos estimar as chances de uma fertilização in vitro bem sucedida, precisamos considerar todos esses fatores.

2- “É possível fazer uma fertilização in vitro quando um dos membros do casal é portador do vírus HIV?”

Conseguimos evitar o contágio do homem quando a mulher é portadora do vírus e minimizar o contágio da mulher quando o homem é soropositivo. Quando utilizamos gametas (óvulos e espermatozoides) de um portador do vírus eles são preparados de modo especial, diminuindo também as chances de transmissão do vírus para o embrião durante a sua formação e desenvolvimento no laboratório.

3- “O que é indução de ovulação?”

É um tratamento cujo objetivo é o crescimento de vários pequenos folículos que, em condições normais e fisiológicas, não ocorreriam. A capacidade de induzir ovulações em pacientes anovulatórias foi um dos primeiros e mais importantes passos da medicina reprodutiva. Atualmente existe uma série de agentes capazes de exercer esta função, além do amadurecimento dos óvulos. Seu uso é muito difundido graças a segurança e menores chances de complicações.

4- “Como é feita a coleta dos óvulos?”

É feita por uma ultrassonografia transvaginal, com uma agulha especial, que ao penetrar os folículos nos ovários os esvazia através de pressão negativa de uma bomba especial à vácuo. Todo o procedimento é realizado com a paciente sob sedação, monitorada e acompanhada por um anestesista durante toda a coleta. O líquido aspirado de cada folículo é então avaliado por um embriologista que separa os óvulos que encontra para posterior fertilização. Habitualmente a coleta dos óvulos dura cerca de 20 minutos.

Mais informações: www.ageimagem.com.br

Website: http://fertipraxis.com.br/

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