Executivos brasileiros destacam a experiência e o sucesso de um IPO na bolsa americana
São Paulo 29/3/2021 –
Empresários listados na bolsa Nasdaq comentaram suas experiências durante evento promovido pela associação Brazil-Florida Business Council
Executivos do mercado que já atuam na bolsa de valores americana participaram de um webinar, realizado nesta quinta-feira (25) pela associação Brazil-Florida Business Council. Na ocasião, os empresários comentaram a experiência, as vantagens e o sucesso de algumas empresas recentemente listadas na segunda maior bolsa de valores do mundo, a Nasdaq.
O evento também trouxe uma ampla visão sobre a atuação da própria Nasdaq, os benefícios de entrar nos EUA como IPO, que envolve a capacidade de aumentar o valor de mercado e ampliar a base de investidores com muita visibilidade. O IPO é o processo pelo qual uma empresa se torna numa empresa de capital aberto em determinado país.
Steven Sandretto, sócio da Holland & Knight alertou que a tendência é que mais empresas brasileiras considerem uma listagem nos EUA. “Ao conversar com alguns dos meus clientes percebi que existem muitas dúvidas sobre esse processo e as obrigações. As pessoas acham que é difícil e caro acessar o mercado internacional, o que não é necessariamente o caso.
Ivana Ferreira, diretora de Listagens e Mercado de Capitais da Nasdaq na América Latina, comentou que o mercado de capital esteve muito aquecido nos últimos doze meses. “Estamos em março e na Nasdaq já foram realizados 248 IPOs, sendo dois de empresas brasileiras. Com certeza 2021 continuará sendo um ano de muitas ofertas para empresas do Brasil”.
Ivana revelou que apesar do mercado muito aquecido, a decisão de abrir capital nos EUA é uma tarefa importante, mas nem sempre tão simples e a preparação é a chave de tudo.
A Head e Relações com Investidores da AFYA, Renata Couto, comentou os motivos da sua empresa ter optado pela bolsa de valores americana. “Todos os players que pegamos para comparar com a AFYA vimos que estavam listadas no mercado americano. Outro detalhe é que o fato de estarmos expostos a um grande pool de outras empresas faz com que a gente cresça e se profissionalize cada vez mais e rápido”.
Renata revelou que a preparação de um IPO envolve um processo trabalhoso, mas não tão difícil. E alerta que a fase mais importante depois da decisão de onde abrir o capital é o tamanho da oferta, entender a equipe e saber o que procurar com o IPO. Ela destaca ainda que a vida do capital aberto na Nasdaq é muito mais fácil que na B3.
André Medina, vice-presidente da Pátria Investimentos, contou que a preparação para o desafio da Nasdaq começou em 2019 quando a empresa traçou tendências para o futuro, ancoradas em oportunidades de negócios e crescimento que os levariam às parcerias estratégicas. “Em meados de 2020 pensamos um pouco mais na possibilidade. E o grande desafio foi que tudo aconteceu no meio de uma pandemia, com inúmeras incertezas e ainda a coragem de convencer um time a tocar um processo pesado num curto espaço de tempo. Fizemos bem, deu supercerto, ainda, estamos superassessorados”.
Julia Vasconcelos, Head e Securities Regulation da STONE, destacou que o interesse da empresa pelos EUA veio depois que a organização passou por investimentos e já tinha uma aproximação com alguns investidores estrangeiros acostumados com a dinâmica.
“O IPO foi um processo de muito aprendizado. Nos preparamos para ele e crescemos muito como companhia e organização. Também nos preocupamos com as obrigações pós-IPO, mas tivemos a ajuda de todos os assessores envolvidos no processo. Passamos por inúmeros treinamentos para poder passar a mensagem de que “somos públicos, e agora?”. Mudamos nossa estrutura para nos adaptar às novas regulamentações”, comentou.