Recursos de instituições financeiras são o oxigênio do empreendedorismo, diz Nobel da Paz
São Paulo, SP 9/7/2021 –
Encontro entre Muhammad Yunus, Sérgio Rial e Luis Felipe Lopez-Calva discutiu a força do empreendedorismo em transformar realidades
Todos os seres humanos nascem empreendedores, com criatividade ilimitada e capacidade de criar negócios de todos os portes nos mais diversos setores de atividade. Mas as dinâmicas sociais e econômicas acabam levando as pessoas a esquecerem disso e limitarem seus objetivos a buscar um emprego, fortalecendo um ciclo de acúmulo de riqueza por uma pequena parcela da população e de aumento da desigualdade.
É o que afirma o prêmio Nobel da Paz e economista Muhammad Yunus, que participou de evento promovido pelo Santander Brasil nesta quarta (7) e que também contou com a presença de Luis Felipe López-Calva, diretor regional do PNUD para a América Latina e Caribe, e a mediação de Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil.
Conhecido como o “pai do microcrédito”, Yunus é fundador do Grameen Bank, instituição pioneira no empréstimo de pequenas quantias a microempreendedores que têm dificuldade de acessar crédito nos bancos tradicionais de Bangladesh, seu país de origem.
“Muhammad Yunus realizou uma verdadeira revolução silenciosa para milhares de pessoas que prosperaram por ter conseguido acesso a recursos financeiros. De acordo com pesquisa realizada pelo PNUD, microempreendedores têm mais chance de sobreviver se tiverem crédito de boa qualidade em termos de estrutura, duração e preço. Tão importante quanto isso é a educação financeira, que muda a vida das pessoas”, diz Sérgio Rial, que citou a experiência do Prospera, o programa de microfinanças do Santander Brasil, que conta com 600 mil clientes no país e está sendo levado para Colômbia, Peru e México.
Uma das inspirações do Prospera, o maior programa de microcrédito de uma instituição privada no Brasil, o Grameen Bank também registra taxas de inadimplência muito abaixo da média do mercado financeiro. “O recurso de instituições financeiras é o oxigênio do empreendedorismo. E meu banco empresta dinheiro para pessoas pobres, focando nas mulheres, que são cerca de 97% das nossas clientes”, diz Yunus, que garante que a estratégia funciona em qualquer mercado.
Para López-Calva, o empreendedorismo está no centro do desenvolvimento da prosperidade e de um crescimento econômico mais sustentável e inclusivo. Para isso, é fundamental que o recurso chegue até as pessoas que estão dispostas a começar seus próprios negócios, independentemente de seu porte.
“O pequeno empreendedor pode ser muito produtivo. Na América Latina, os pequenos negócios são grande fonte de emprego e terão um papel fundamental na recuperação pós-pandemia. A intermediação financeira é um elemento central”, afirmou López-Calva no encontro.
Por isso, bancos como o Santander Brasil têm direcionado recursos para impulsionar a ação de microempreendedores em todo o país. “O verdadeiro propósito de qualquer atividade econômica é preservar e ajudar seres humanos a serem melhores e a prosperar”, afirmou Rial.
Entre os participantes do evento, é consenso que esse desenvolvimento precisa ser acompanhado das melhores práticas de sustentabilidade para garantir a perenidade dos negócios.
Segundo Yunus, apesar das consequências desastrosas, a pandemia também traz uma oportunidade para que um novo modelo de desenvolvimento seja adotado.
“Nossa decisão após a pandemia deve ser apenas uma: não voltar ao que éramos antes. O mundo que eu busco é o um mundo de 3 zeros: zero emissão líquida de carbono, zero pobreza e zero desemprego”, afirma. “Não podemos seguir caminhando em direção ao desastre. Precisamos construir novas estradas para chegar ao nosso novo destino”, afirma Yunus.
A íntegra da conversa pode ser vista em https://www.youtube.com/watch?v=XTjSN1OZpwU
Website: https://www.santander.com.br/campanhas/microcredito