Construção a seco pode reduzir em até quatro vezes o tempo de uma obra

O mercado da construção civil tem adotado tecnologias e inovações para aumentar a produtividade e reduzir custos. Uma delas é a drywall, palavra de origem inglesa, que pode ser traduzida literalmente como “parede seca”. A tecnologia tem conquistado o setor pela versatilidade e benefícios que fazem a diferença em uma obra. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a utilização do drywall cresce em média 13% ao ano no Brasil. Por ser mais rápido, econômico e menos prejudicial ao meio ambiente se comparado à alvenaria, o drywall tem sido adotado pelas construtoras.

A composição de uma parede drywall é simples. Consiste em uma estrutura metálica feita de aço galvanizado, que garante resistência e leveza. Placas de gesso acartonado são fixadas na estrutura metálica com parafusos. Além disso, é opcional adicionar isolamento interno entre as placas para melhorar o conforto térmico e acústico. Grande parte das vantagens desse modelo estão associadas justamente aos poucos materiais utilizados para a sua construção.

A Somattos Engenharia, especializada em imóveis de alto padrão, é uma das construtoras que vêm incorporando o drywall em seus projetos. Quatro de seus mais recentes empreendimentos de luxo (Epic Savassi, Lumina, Flow e Hub Savassi) foram construídos com essa tecnologia sendo eles. 

Bernardo Mattos, diretor técnico da Somattos Engenharia, afirma que a decisão de utilizar o drywall nesses empreendimentos trouxe ótimos resultados. “É um sistema que, se colocado na balança, possui tantas vantagens que é impossível não incorporar. O drywall traz um mundo de possibilidades que vão desde a liberdade de produzir uma planta sem se preocupar com as estruturas, até o menor preço”.

Menor tempo, menor custo e maior espaço

Graças a estrutura simplificada de uma parede a seco, ela pode ficar pronta para acabamento em apenas duas horas, evitando etapas demoradas da alvenaria, como assentamento de tijolos, chapisco e reboco. O número de funcionários necessários para a instalação desse sistema também é menor. Em um dia, dois profissionais são capazes de instalar 30m² de drywall, de acordo com a Associação Brasileira do Drywall.

 Em relação aos valores, o drywall também se destaca. Chenya Sacramento, supervisora de obras da Somattosexplica esse ponto. “É muito importante ao se fazer um comparativo entre o custo de uma obra com vedações em drywall e o de alvenaria, considerar o custo global da obra. Deve ser levado em conta a redução de custos na estrutura do prédio, devido ao sistema drywall ser mais leve, a diminuição do consumo de água, do espaço de armazenamento no canteiro de obras e no desperdício de materiais, além da redução dos custos com frete”, explica a especialista.

Outra vantagem dessa tecnologia é o ganho de espaço proporcionado. “Como as paredes são mais finas, aumentam a área útil do imóvel. Elas também trazem uma flexibilidade na disposição das paredes e divisórias em uma planta, uma vez que não estão ligadas a estrutura de sustentação e podem ser facilmente derrubadas e construídas novamente. Nesse caso, a estruturação do edifício é feita através de vigas, pilares e lajes”, comenta Chenya Sacramento. 

Sustentabilidade e segurança

De acordo com dados da Placo, empresa líder em construção a seco no Brasil, o desperdício de material em uma obra com paredes de alvenaria chega a 25%. Com a técnica drywall, esse número não passa de 5%.  O gasto de água para a produção de paredes tradicionais também é discrepante em relação a paredes a seco. Enquanto a alvenaria gasta cerca de 30 litros de água por metro quadrado, o drywall não tem nenhum gasto, já que, como o nome diz, é feita a seco. 

drywall também é extremamente seguro, como pontua Chenya Sacramento. “Todos os materiais passam por controles de qualidade e certificações em fábricas e têm certificados que comprovam que atendem aos requisitos de Normas”. Quando se trata de paredes de alvenaria, nem todos os seus componentes ou fornecedores possuem certificados de qualidade dos produtos que fornecem.

Além disso, a especialista acrescenta que é perfeitamente seguro pendurar objetos nas paredes de drywall, ao contrário da crença popular. “Paredes de drywall podem receber diversos objetos, como espelhos, armários, bancadas, televisores, quadros, redes de dormir, entre outros, desde que sejam utilizados técnicas e materiais adequados ao sistema.”

Mais conforto para o cliente

Devido a sua versatilidade, dependendo da maneira como instalado e da sua espessura, o drywall pode ser um aliado eficaz na garantia do isolamento térmico e acústico. Quanto maior o número de chapas e suas espessuras, maior será a capacidade de retenção de barulhos e conservação da temperatura ambiente. 

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), norma que define os requisitos de desempenho para edificações habitacionais, aborda aspectos como acústica, conforto, segurança e estabilidade. De acordo com a Associação Brasileira de Drywall, as paredes compostas por duas chapas de 12,5 mm e montante de 48 possuem isolamento de 35 a 39 dB, o equivalente ao de uma parede de blocos maciços com 90mm de espessura. Acrescentando lã no interior, o isolamento chega a 44 dB, tendo um ganho de 5 dB. Esse valor cumpre com a norma e garante conforto acústico ao morador.

 A mesma norma também estabelece parâmetros de temperatura para as construções. Utilizando a lã de vidro entre as placas de gesso do drywall, é possível obter isolamento térmico adequado, impedindo que um ambiente perca calor em uma situação em que as temperaturas externas estão baixas ou que ele esquente quando as temperaturas externas são altas. Esse sistema reduz os custos com climatização ambiente como ventiladores e ar condicionado. 

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