Organização promove integração de empresas e setor público em Minas Gerais

As Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm se mostrado uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento do Brasil, impulsionando investimentos em diversos setores como educação, saúde, infraestrutura, saneamento básico, entre outros. O país tem liderado a América Latina e Caribe nesse modelo de gestão, com um crescimento exponencial nos últimos anos.  Segundo dados do Relatório Infrascope 2023/24, o Brasil ocupa a primeira posição no ranking de projetos em PPPs na região. De acordo com a consultoria Radar PPP, o país tem quase R$ 4,5 trilhões em investimentos em PPPs e concessões que estão em andamento ou que devem ser aplicados em 30 anos, em média.

Em Minas Gerais, uma Organização da Sociedade Civil (OSC), motivada pelo crescimento do setor, tem se destacado como um catalisador entre empresas privadas e o setor público na construção de projetos de inteligência de PPPs. O Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC) foi a primeira OSC a entrar nesse nicho no estado, desenvolvendo projetos inovadores que já beneficiaram mais de 16 milhões de pessoas em todo o país. Com três premiações consecutivas da ONU, o IPGC se consolidou como referência nacional em PPPs, contribuindo para o desenvolvimento de diversas regiões e impulsionando a economia das cidades. 

Visão político-social

Fundado em 2013, em Divinópolis, o Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC) nasceu como Mov Cidades, uma iniciativa do enfermeiro e professor universitário Leonardo Santos. O objetivo inicial era encontrar soluções inovadoras para os desafios da saúde pública local. A partir de um pequeno grupo de estudantes reunidos em uma sala da cidade, o projeto evoluiu rapidamente, expandindo sua atuação para além da saúde e se tornando uma referência em planejamento e gestão de cidades.

“Nós percebemos a complexidade dos desafios urbanos que exigiam soluções inovadoras. Havia uma carência de profissionais nos municípios para enfrentamento aos problemas das cidades. Vislumbramos trabalhar com PPPs para transformar as cidades, por isso começamos a desenvolver projetos para municípios. A nossa missão é tornar as cidades em espaços mais resilientes e funcionais, aplicando inteligência em cada projeto”, comenta Leonardo Santos.

Evolução

Em 2017, o IPGC tem a sua primeira expansão e chega até a capital mineira. Ao reunir alunos de economia e administração da Fundação João Pinheiro e UFMG, o instituto intensificou o debate sobre as soluções para as cidades e deu início a uma nova fase de crescimento. Marcado pela realização do primeiro projeto de energia solar do país, destinado ao Piauí, este ano foi fundamental para o posicionamento do IPGC como referência em soluções sustentáveis para as cidades. Foi também em 2017 que o instituto adotou oficialmente o nome IPGC, consolidando sua identidade e ampliando seu campo de atuação.

“O IPGC nasceu de um sonho, o de atuar como um facilitador do desenvolvimento urbano, oferecendo soluções para as diversas áreas da gestão municipal. Ao expandir nossa atuação para além da infraestrutura, estamos mais bem preparados para atender às necessidades complexas das cidades contemporâneas. No IPGC somos mais que desenvolvedores, somos executores, parceiros e agentes de mudanças para construção de um futuro melhor para cidades mais justas, inclusivas e sustentáveis”, explica Leonardo Santos”, comenta Santos. E acrescenta. “Como estabelecemos parcerias de longo prazo com os municípios, podemos acompanhar a evolução dos projetos e garantir que os resultados beneficiem a população de forma duradoura”.

Consolidação

Em 2020, o IPGC expandiu ainda mais suas operações em Belo Horizonte. Com a chegada de Thiago Grego, ex-Secretário de Planejamento da PMBH à direção executiva do instituto em 2023, o IPGC intensificou seu planejamento estratégico e consolidou sua presença no mercado, ocupando um andar inteiro no icônico edifício P7 Criativo. Sob a nova gestão, o instituto ampliou seu escopo de atuação, reincorporando as áreas de saúde e educação ao seu portfólio de projetos. Atualmente, o IPGC conta com cerca de 200 colaboradores diretos e indiretos, e escritórios em Divinópolis, Belo Horizonte e São Paulo.

Atualmente, o IPGC é um dos maiores institutos de inteligência de cidades do país. Com mais de 120 projetos já desenvolvidos em 21 estados brasileiros, o IPGC atraiu mais de R$ 10, 4 bilhões em investimentos para as cidades.

Dividido em áreas de atuação, o IPGC está estruturado em IPGC Infra, IPGC Educa, IPGC Saúde e IPGC Lab. O primeiro traz soluções verdes que tornam as cidades mais seguras, inteligentes e funcionais. Com a experiência em PPPs, os projetos integram energia limpa, saneamento básico, gerenciamento de resíduos e redes de comunicação.

Através do IPGC Educa, o Instituto atua junto aos órgãos públicos na gestão escolar para melhorar os indicadores socioeducacionais, fortalecendo a estrutura local. O objetivo é criar programas de capacitação de professores, gestores e também garantir que todos os alunos tenham acesso a ferramentas e materiais essenciais para uma educação inclusiva e de qualidade.

Na área da saúde, o IPGC Saúde atua na gestão de hospitais e centros de atenção primária, oferecendo manutenção, conectividade e infraestrutura completa por meio de PPPs, como é o caso do projeto que está sendo implantado no Tocantins, na nova maternidade do Estado.

O IPGC Lab tem o intuito de unir tecnologia e criatividade para construir cidades e sociedades mais sustentáveis e inteligentes. O foco está na resiliência climática, inovação e financiamento no desenvolvimento de soluções integradas para superar desafios globais e concretizar projetos de alto impacto.  

Cidades Inteligentes

Carmo do Cajuru, cidade a 115km de Belo Horizonte, no centro-oeste do Estado, foi o primeiro município do Brasil a implantar uma PPP de Cidade Inteligente. Elaborado pelo IPGC, o projeto que contemplou áreas de iluminação pública, energia fotovoltaica para prédios públicos e telecomunicações, foi o primeiro do IPGC reconhecido pela ONU em 2022.

Com a implantação finalizada, a PPP de Carmo do Cajuru recebeu cerca de R$ 17 milhões em investimento privado para a realização da reforma dos serviços.  O município reformou 100% do parque de iluminação pública com a troca das lâmpadas de vapor de sódio por luminárias de LED nos 4.370 pontos. A instalação, operação e manutenção de placas solares fotovoltaicas que somaram 1,02 W de potência, proporcionaram uma redução em mais de 60% nos gastos do município. O impacto ambiental também é relevante, com a redução anual de 191 toneladas na emissão de gases poluentes em razão da instalação da usina solar fotovoltaica. A expectativa é de que até o final da concessão que vai até 2045, mais de 4 mil toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas na atmosfera. 

Piauí

A PPP de miniusinas do Piauí foi a primeira parceria a nível estadual modelada pelo IPGC. O projeto envolveu a construção de oito miniusinas de energia solar no estado, com capacidade de produção de 5MW cada. Essa produção energética abastece órgãos da administração estadual, tornando-os autossuficientes no abastecimento.  O projeto permitiu uma redução mensal de 23% nos custos com energia para abastecer órgãos públicos e uma economia de R$ 10 milhões. A PPP também trouxe ao estado mais de R$ 150 milhões em investimentos.

Em 2023, o Projeto Energia Solar do Estado foi também premiado pela ONU.

Metas

Em 2024, o IPGC teve um aumento de 66,67% no número de Estudos de Viabilidade entregues em relação a 2023 e espera continuar em ritmo acelerado para os próximo anos com metas ambiciosas. Além de se consolidar no país em participação em mais de 20 estados, o instituto tem buscado expandir sua atuação em outras áreas estratégicas, como saúde e educação.

A expectativa é de contratação de mais de 400 pessoas em projetos específicos de gestão compartilhada na educação para promover a qualidade de ensino no junto com governos do Maranhão e de Minas Gerais. 

“O nosso objetivo é poder contribuir com a eficiência e inovação da educação na construção de novos horizontes para os alunos. Em Belo Horizonte, o IPGC está fechando parceria para atender a mais de 5 mil alunos e no Maranhão, o projeto de educação deve beneficiar 60 mil”, completa.