Mesmo com retomada do varejo físico, Black Friday deve ser majoritariamente digital

Muitas transações serão realizadas pelo celular, que passou a ser o principal canal de compras de 30% dos brasileiros no último ano

Apesar da reabertura do comércio e do retorno gradual das atividades presenciais, as compras por meios digitais se fortaleceram como hábito de consumo durante a pandemia (especialmente para as gerações mais novas) e devem tornar a Black Friday deste ano a mais digital de todos os tempos. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento do setor para a data em 2021 será 25% maior em comparação a 2020.

Boa parte dessas transações será por meio do grande companheiro do brasileiro durante a pandemia: o celular. Ele passou a ser o principal canal de compras de 30% da população no último ano, de acordo com a pesquisa Global Consumer Insights Pulse 2021 da PwC. “Todos sabemos que a pandemia provocou grandes alterações de comportamento. Pelo tempo que está demorando, o ambiente associado à pandemia está incentivando mudanças de hábitos que vão impactar o comércio por muito tempo”, afirma Carlos Coutinho, sócio da PwC Brasil e líder de Consumer Markets. “A pandemia e todo o seu entorno estão criando novos hábitos de consumo e comportamentos da população bem distintos, que podem definir padrões de longo prazo em atitudes de compra”, diz.

Na pesquisa da PwC, um dos fatores apontados por 39% dos brasileiros como diferencial nas compras on-line é a possibilidade de examinar uma variedade maior de produtos em comparação com as lojas físicas. Ainda de acordo com os dados, na hora de decidir a compra, o brasileiro tem pressa: 49% apontam a entrega rápida e confiável como o atributo mais importante para efetuar a transação. Em seguida, com 36%, vem a disponibilidade em estoque dos itens procurados. A facilidade de navegação no site, permitindo encontrar os produtos de forma rápida, ocupa o terceiro lugar na lista de atributos essenciais para 36% dos respondentes.

“O consumidor procura valor em toda a jornada que começa. A equação de valor vai desde achar o que ele quer, na hora em que ele quer, até receber com tranquilidade para poder usufruir dessa jornada”, afirma Coutinho. Parte desses hábitos já estava se instalando nos consumidores, aos poucos, mas esse processo foi acelerado pela pandemia. “O isolamento habituou o consumidor a um novo tipo de pensamento em se tratando de transações. A compra digital permite a busca de uma variedade de opções, ‘uma prateleira infinita’, disponível de forma rápida. O consumidor, ao voltar para a loja física, retornará desejando passar pela mesma experiência que ele tem nos meios digitais. Esse será o grande desafio do varejo”, diz.

A Global Consumer Insights Survey 2021 é um estudo semestral que busca acompanhar de perto as mudanças nas tendências do consumidor. A PwC colocou em campo uma pesquisa no fim de 2020 e outra no segundo trimestre de 2021. Para o segundo levantamento da série, foram entrevistados 8.681 consumidores em 22 territórios. O relatório completo está disponível em www.pwc.com/consumerinsights.

Carlos Coutinho

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