Pandemia impacta atividade do varejo de combustíveis no Brasil

Postos ampliaram investimentos em serviços que vão além do abastecimento de veículos para superar as adversidades

Os postos de combustíveis buscaram estratégias para se adaptar e manter as vendas e serviços ativos diante dos desafios gerados pela pandemia no Brasil. Considerado serviço essencial, o setor de varejo de combustíveis se mostrou preparado para atender a população, oferecendo uma opção segura de compras e soluções que vão além do abastecimento de veículos.

Essas revendas, inclusive, foram beneficiadas por uma mudança de hábito dos consumidores devido ao longo período de isolamento e home office. A edição 2021 da Global Consumer Insights Pulse Survey, da PwC, destaca que 45% dos participantes da pesquisa em todo o mundo (55% dos brasileiros) afirmaram estar dando preferência a negócios locais ou independentes, como forma de apoio aos lojistas afetados pela pandemia. “Outros 46% dos consumidores globais —e 48% dos brasileiros— também aumentaram a quantidade e a frequência de compras nesses estabelecimentos”, afirma o sócio e líder de Consumer Markets da PwC Brasil, Carlos Coutinho.

No posto Ipê Amarelo, localizado na MG-129, em Itabira (MG), a chave para o sucesso no período de pandemia foi investir em programas de recompensa para atração e retenção de clientes. “O consumidor passou a olhar mais para esse tipo de vantagem”, conta Lúcio Flávio Santos, sócio da revenda. Ele conta que o índice de aceitação do programa tem sido bastante positivo. “Isso nos ajudou a diminuir o impacto no início e, hoje, temos um número expressivo de clientes fidelizados”, complementa.

Como forma de reinventar o negócio, o empresário Nelson Rodrigues, proprietário do Posto Saveiros, localizado no município de Itanhaém, no litoral paulista, passou a investir ainda mais na comercialização de bolos e doces, produzidos pela filha e vendidos na loja de conveniência. As guloseimas já fazem sucesso na cidade há mais de cinco anos e, hoje, são mais uma forma de fidelizar clientes. “Os doces começaram como forma de complementar a nossa renda. Hoje, temos uma clientela muito boa e um público fiel; acaba sendo uma forma de cativar o público e trazer mais clientes para o posto”, conta.

Rodrigues considera que o momento exige conexão com os clientes e o investimento em estratégias para oferecer um diferencial competitivo ao negócio. O Saveiros, por exemplo, também se destaca por oferecer serviços como troca de óleo e venda de lubrificantes. “Eu preciso do cliente todo dia. Não é somente atender uma vez e achar que o serviço foi feito”, afirma.

Na avaliação de Eduardo Valdívia, sócio da Rede Recreio, localizado em São Paulo, os postos de combustíveis devem se tornar um centro de serviços. “O posto tem que oferecer serviços agregados para se tornar um ponto de atração para o cliente. É importante que seja uma atividade que preencha um vazio da região e agregue valor”, acrescenta.

Ele também destaca a importância de acompanhar diariamente as metas e relatórios do negócio. “Com os indicadores em mãos, é possível alinhar com a equipe o que precisa ser entregue e melhorado”, afirma.

O diretor de Marketing e Varejo da ALE, Diego Pires, destaca que os postos da rede estão enfrentando o período com responsabilidade de manter o abastecimento do país, atendendo a população. “Conduzir um negócio durante a pandemia não é tarefa fácil, mas a Rede ALE abraçou a missão de levar um serviço de qualidade, essencial para a população”, destaca.

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